Prevenção esteve presente nas discussões de todos os grupos de trabalho
A Defesa Civil foi o tema da 13ª reunião da Agenda Niterói, estratégia do PSB para discutir com a população problemas e soluções que servirão de base para o programa de governo municipal do partido. O encontro foi nesta quinta-feira, dia 30, na Faculdade Maria Thereza (Famath), em São Domingos, onde a sociedade vem se reunindo em ricas discussões desde 7 de junho. Cerca de 40 pessoas, entre profissionais do Corpo de Bombeiros, médicos, professores e líderes comunitários e políticos, trataram em especial da necessidade de ações para prevenir ou mitigar os impactos causados por deslizamentos de terra em períodos chuvosos, evitando catástrofes como a do Morro do Bumba, que deixou 47 mortos em abril de 2010.
O pré-candidato à prefeitura de Niterói e presidente do PSB no município, Felipe Peixoto, destacou a importância de se ter um encontro específico para o tema.
“Niterói possui uma geografia com montanhas, mar e rios que precisa de atenção. Não podemos contar apenas com a ajuda de São Pedro em épocas de chuva. Precisamos fazer a nossa parte para minimizar deslizamentos e salvar vidas”, disse.
O convidado da noite para fomentar as discussões foi o coronel do Corpo de Bombeiros Sérgio Simões. Também ex-secretário estadual de Defesa Civil, ele o militar elogiou a iniciativa de se trazer à luz um tema muitas vezes deixado de lado pelos governos.
– É um avanço significativo termos esse espaço. Infelizmente a Defesa Civil anda ao compasso das tragédias porque não tem a devida atenção do Executivo. É muito importante essa interação com as comunidades, pois as pessoas precisam saber e entender que vivem em áreas de risco para que tenham a capacidade de reagir. A questão da ocupação desordenada é antiga, já está enraizada culturalmente, sendo muito complicado eliminar esse risco em si, que seria com o reassentamento. Por isso temos que dispor de recursos tecnológicos para minimizá-lo – explicou o coronel Simões.
Problemas e soluções – Os participantes foram divididos em quatro grupos, apontando problemas como a falta de interlocução com outras pastas, principalmente Saúde, Urbanismo e Meio Ambiente. Algumas das sugestões foram a criação de um aplicativo para informar o cidadão sobre o risco iminente; mapeamento, identificação e divulgação das áreas de risco; orientação técnica de arquitetura gratuita nas comunidades; ações de educação preventiva de combate ao risco; introdução à disciplina de Defesa Civil nas escolas; implantação de núcleos de Defesa Civil; e a desobstrução de rios e canais com a limpeza urbana eficiente.
O líder comunitário Tião Cidadão, atuante nas áreas de Segurança Pública e Defesa Civil, frisou a importância da capacitação e formação continuada de agentes nas comunidades. Ele também enfatizou a importância do debate deste tema que não entra em pauta e que os governos costumam ver como braço da Saúde, Urbanismo ou Meio Ambiente. “A Defesa Civil hoje não está no Plano Diretor da cidade. Precisamos mudar isso”, informou.