PDT completa 30 anos de fundação

Felipe Peixoto participa de evento comemorativo na Alerj

 O vereador Felipe Peixoto (PDT) participou de evento comemorativo dos 30 anos de fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT), nesta segunda-feira, 24 de maio, com sessão solene na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). Ela foi comandada pelo líder da bancada do partido na Casa, deputado estadual Paulo Ramos.

O deputado Paulo Ramos iniciou a solenidade lembrando de grandes pedetistas, como Brizola e Darcy Ribeiro que, com esforço, amor e dedicação, foram a base para a consolidação do partido de hoje. “Vamos celebrar a nossa unidade, a nossa luta e os laços que nos unem na jornada pela transformação do Brasil”, afirmou Ramos.

O vereador Felipe Peixoto foi convidado a formar a mesa e em seu discurso contou aos presentes que sua trajetória no PDT começou cedo, quando tinha apenas 9 anos de idade, e fundou o primeiro Comitê Mirim do PDT do Brasil e desde então sempre foi fiel aos ideais partidários.

Felipe também lembrou as realizações do PDT em Niterói que estão sendo alvo de duras críticas e lamentou por estarem responsabilizando a administração pedetista pela tragédia que ocorreu na cidade em razão das chuvas torrenciais do início do mês de abril.

Na sessão foi feita uma homenagem ao prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira (PDT). A Alerj já tinha aprovado a entrega da Medalha Tiradentes, nos anos 90, por iniciativa do ex-deputado Barbosa Lemos, que não teve tempo de entregá-la, pois não foi reeleito. O prefeito não pode comparecer por motivos de saúde.

Fundação do PDT, por Darcy Ribeiro*

Em julho de 1979, Brizola realizou em Lisboa um encontro de trabalhistas e socialistas brasileiros com o propósito de fazer renascer o PTB, com um grande número de trabalhistas do Brasil e do exílio para concretizar aquele projeto. Foi aprovada, então, a Carta de Lisboa, com os princípios programáticos que deveriam regar o novo PTB, assentados na representação popular, no pluripartidarismo, no nacionalismo getuliano, no sindicalismo moderno e no desenvolvimento capitalista, orientado pelo Estado.

Promulgada a anistia, Brizola retornou ao Brasil em setembro de 1979. Dedicou-se à reorganização do PTB, no que foi obstado por Golbery, o ideólogo da ditadura, que fez entregar a sigla a um grupo de aventureiros, em cujas mãos ela se converteu em legenda de aluguel, patronal, submissa ao governo e controlada por banqueiros. Recuperando-se rapidamente desse novo golpe do regime militar, Brizola criou o Partido Democrático Trabalhista – PDT. Em sua liderança retomou a militância política, cercado pelos velhos companheiros do trabalhismo e do nacionalismo de Vargas, do reformismo de Jango, que, sob sua condução, transcende para o socialismo democrático, integrado já na Internacional Socialista, da qual Brizola foi eleito Vice-Presidente.

No mês de novembro daquele ano, sentado a seu lado no jantar final de congratulação os participantes do Congresso da Internacional Socialista, realizado em Madri, vi Brizola ser saudado como um futuro chefe de estado. Constatei ali, uma vez mais, o imenso poderio do carisma de Brizola, que vira exercer-se tantas vezes no Brasil. Carisma é a qualidade daquele líder distinguível entre todos, como se tivesse uma estrela na testa. Os gregos antigos o definiam como aquele que ao entrar no templo enche o templo.

Na luta política brasileira, Brizola destacou-se como o principal adversário do governo militar em declínio, com tão grande apoio popular que foi eleito Governador do Rio de Janeiro. É o único caso em nossa história em que um político, já tendo sido governador, consegue eleger-se por um outro estado. Anos depois, vi Brizola escolher se queria reeleger-se pelo Rio Grande do Sul ou pelo Rio de Janeiro, tão evidente era o desejo do eleitorado dos dois estados de reconduzi-lo ao ser governo.  

Origem da sigla PDT*

A sigla PDT foi escolhida por Leonel Brizola depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, a pedido do general Golbery do Couto e Silva, então poderoso chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, entregar a histórica legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) – fundado por Getúlio Vargas – a até então desconhecida Yvete Vargas.

Brizola, em uma entrevista coletiva, rasgou um papel com a sigla PTB escrita a caneta, chorou, e a partir dali, imediatamente, reagindo a um dos últimos estertores da ditadura, fundou o PDT. O ato foi registrado por Carlos Drummond de Andrade, com um poema.

O PTB vinha sendo organizado por Brizola desde 1979 quando, com a ajuda do presidente português Mário Soares, realizou na capital portuguesa uma grande reunião reunindo trabalhistas brasileiros que estavam no exílio e no Brasil, no Encontro de Lisboa. Naquela ocasião, Brizola, fechando o encontro, com um longo discurso, falou sobre o partido que pretendia recriar no Brasil.

A perda da sigla do PTB foi traumática, mas foi o ponto de partida para a criação do PDT que, dois anos depois, levaria Brizola a vencer as eleições de governador no Rio de Janeiro de forma espetacular, contra tudo e contra todos, revigorando o Trabalhismo brasileiro.

Poesia de Carlos Drummond de Andrade dedicada a Brizola

Eu vi

Vi um homem chorar porque lhe negaram o direito de usar três letras do alfabeto para fins políticos. Vi uma mulher beber champanha porque lhe deram esse direito negado ao outro.

Vi um homem rasgar o papel em que estavam escritas as três letras, que ele tanto amava. Como já vi amantes rasgarem retratos de suas amadas, na impossibilidade de rasgarem as próprias amadas.

Vi homicídios que não se praticaram mas que foram autênticos homicídios: o gesto no ar, sem conseqüência, testemunhava a intenção. Vi o poder dos dedos. Mesmo sem puxar o gatilho, mesmo sem gatilho a puxar, eles consumaram a morte em pensamento.

Vi a paixão em todas as suas cores. Envolta em diferentes vestes, adornada de complementos distintos, era o mesmo núcleo desesperado, a carne viva;

E vi danças festejando a derrota do adversário, e cantos e fogos. Vi o sentido ambíguo de toda festa. Há sempre uma antifesta ao lado, que não se faz sentir, e dói para dentro.

A política, vi as impurezas da política recobrindo sua pureza teórica. Ou o contrário.. Se ela é jogo, como pode ser pura… Se ela visa o bem geral, por que se nutre de combinações e até de fraudes.

Vi os discursos…”

Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 15/05/80)

*Textos disponíveis no site oficial do PDT.

Felipe Peixoto

Durante seus mandatos, Felipe aprovou mais de 100 leis e presidiu importantes Comissões, como a do Foro e Laudêmio e a da Linha 3 do Metrô. Como Secretário de Estado, Felipe foi responsável por inúmeras realizações e projetos que beneficiaram todas as regiões do RJ. 

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