Faz um ano hoje, (17/12), que perdi meu melhor amigo. Antes de as vacinas começarem a ser aplicadas no Brasil, meu pai, para tristeza da família e de todos os que o conheceram, engrossou as terríveis estatísticas da pandemia da covid-19.
A turma de Niterói conheceu Seu Paulo bem de perto. Especialmente, a comunidade espírita, da qual era um dos membros mais ativos, por meio do Grupo Espírita Paz, Amor e Renovação (Gepar), que criou e presidiu. Sua ligação com o movimento espírita francês promoveu uma ponte em Niterói e Lyon, que se materializou sob a forma de parcerias e de monumentos, erguidos nas duas cidades.
O laço ficaria ainda mais forte a partir da produção do livro “Os monumentos gêmeos”, escrito em coautoria com Olivier Geneviève. E foi o livro que motivou o último pedido de meu pai, já na UTI do hospital: que eu vertesse a obra para o francês. Pedido feito é pedido cumprido, meu pai!
Como espírita, entendo e aceito que a jornada de meu pai nesta encarnação tenha sido cumprida. Aliás, muito bem cumprida. Tenho o maior orgulho de tê-lo escolhido como pai, como explica a doutrina em que minha família acredita.
Como homem público, não tenho como não me indignar que centenas de milhares de vidas tenham sido perdidas nesta disputa injusta com o coronavírus. Especialmente, se levar em conta a política negacionista que perdura até hoje, no comando do país, e a consequente falta de unidade nas ações de enfrentamento à pandemia.
Estou certo de que meu pai segue vivo, em outro plano, em seu processo evolutivo. Para a família e os amigos, restam as lembranças de uma vida plena, e a saudade daqueles conselhos cheios de sabedoria. Para mim um eterno exemplo!
Te amo, pai. Um beijo
