A prefeitura de Niterói anunciou o início da implantação do primeiro lote do sistema cicloviário da Região Oceânica, para esse mês de fevereiro, com previsão de término em outubro deste ano.
O projeto cicloviário é muito bem-vindo, porém, segundo o edital de licitação, dos 21 quilômetros previstos neste primeiro lote, apenas 1/3 deles serão de fato investidos em ciclovias. Ou seja, dos 21km apenas 7km serão exclusivamente para circulação de ciclistas, com faixa segregada do tráfego geral e do passeio por canteiro ou outro elemento físico.
Serão aproximadamente 12km de ciclorrotas. Para quem não sabe, são espaços compartilhados entre ciclistas e veículos motorizados, separados apenas por uma sinalização no chão, sem nenhum elemento físico.
E o restante, pouco mais de três quilômetros serão investidos em ciclofaixas, que são faixas de circulação exclusiva de ciclistas não segregada fisicamente do tráfego geral, delimitada por tachões e/ou pintura viária.
Desde 2009 luto pela ampliação das ciclovias em Niterói. Sempre acreditei que nossa cidade precisa ser planejada para aproximar as pessoas do trabalho, da educação, compras e lazer, reduzindo a necessidade do transporte motorizado.
Planejamento e responsabilidade na construção de ciclovias
Esperamos que não se repitam os mesmos erros cometidos recentemente na obra da Transoceânica, onde a ciclovia no túnel ficou estreita, bem diferente do que foi anunciado, além disso, a ciclovia inteira da Região Oceânica é compartilhada com a calçada ou passa por lugares que ninguém transita. Ou seja, se perdeu a oportunidade em uma obra nova de investir em uma ciclovia segregada ao longo da Estrada Francisco da Cruz Nunes.
Precisamos investir com planejamento e responsabilidade em infraestrutura capaz de oferecer efetivamente mobilidade segura e adequada para pedestres e ciclistas. A prefeitura começa a avançar, mas ainda é pouco.