A policia federal ainda investiga se foi um sequestro de dados (ransomware) ou hacktivismo (hackeamento por motivos ideológicos), mas o fato é que pouca diferença faz a motivação. Certo é que o sumiço dos dados do Conecte Sus, aplicativo que responde pela emissão do certificado nacional de vacinação covid-19, necessário para a entrada em locais públicos, seria evitável se o governo tivesse feito uso da tecnologia do blockchain.
Criada originariamente para proteger operações com os chamados criptoativos (moedas virtuais, como Bitcoins), a tecnologia distribui e compartilha bases de registros e dados, descentralizando a rede e gerando ampla segurança das informações.
Os dados armazenados têm de ser validados por vários computadores, em bloco, e por meio de códigos. Fica praticamente eliminada, aí, a chance de manipulação de um dos usuários ou um ataques de hackers, como o que acaba de acontecer..
São múltiplas as aplicabilidades do blockchain na sociedade. Em São Paulo, por exemplo, o software CTR-E, que emprega a tecnologia, fiscaliza todos os envolvidos na cadeia do lixo na cidade, gerando rastreabilidade e compliance das informações sobre o lixo produzido na cidade. A estimativa é de que a inovação gere economia anual de até R$ 130 milhões para a Prefeitura em custos com papéis, burocracia e fiscalização.
Em Teresina, Piauí, o governo aplicou o blockchain como ferramenta para o desenvolvimento de projetos voltados à inovação no transporte público. O objetivo da prefeitura é tornar o sistema mais eficiente para o usuário – o que ajudará a diminuir o número de carros nas ruas, e assim tornar mais viável o trânsito na cidade.
Na Coordenadoria de Cidade Inteligente, estamos de olho nestas e em outras experiências, nacionais e internacionais. Uma cidade inteligente passa necessariamente pela adoção de práticas inovadoras.