Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2008, a Fundação Abrinq fez um levantamento mostrando que 4,4 milhões de crianças – com idades de 0 a 3 anos – não são atendidas pelas creches.
O País tem 11 milhões de brasileiros nesta faixa etária e metade, 5,5 milhões, necessita de creches, mas as matrículas atingem apenas 1,1 milhão, deixando 80% de fora deste processo.
Para se ter uma idéia da gravidade do problema, a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é de que, até 2011, 50% das crianças de famílias que demandam sejam atendidas nas creches. Mas, o estudo aponta que atualmente, apenas 20% são atendidas. Segundo a Abrinq, as outras 5,5 milhões de crianças que não precisam de creches ficam em casa com pais, parentes ou babás.
O ensino infantil no país ganhou maior projeção no fim de 2009, quando o Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição que torna obrigatório o ensino para crianças e jovens de 4 a 17 anos. Anteriormente essa obrigação atendia a faixa etária de 6 a 14 anos. Apesar dessas importantes mudanças, a creche ficou de fora da exigência da lei, excluindo uma população que necessita desse atendimento.
O levantamento da Abrinq baseado na Pnad mostra ainda que, em relação a 2008, houve um aumento no número de crianças atendidas muito pequeno em relação ao ano anterior – 81,9% das crianças nessa faixa etária não frequentavam creches. Em 2008, a situação mais crítica ocorria na Região Norte, onde a taxa de frequência nas creches é de apenas 8,4%. A Região Sul apresentava a maior taxa: 24,6%. E o Sudeste, 22%. Os dados referentes ao ano de 2009 ainda não foram concluídos pelo IBGE.