Ainda não se trata da implantação imediata de uma plataforma de compra e venda de créditos de carbono, nem da volta da Bolsa de Valores ao Rio de Janeiro, como chegou a ser dito, mas é certo que o protocolo de intenções celebrado entre o Governo do Estado, a Nasdaq e a Global Environment Asset Platform (GEAP) é passo importante nas duas direções.
O mercado internacional de crédito de carbono e ativos ambientais já soma 30 anos, e ganhou força a partir da assinatura do Protocolo de Quioto (em 1997). Nele, os países signatários assumiam o compromisso de intensificar a redução da emissão de gases do chamado “efeito estufa”. E esta redução passava a ter valor econômico.
O mercado funciona assim: os créditos de carbono são vendidos pelos países que reduziram as emissões para países que não atingiram suas metas. O que é arrecadado é revertido para ações de reflorestamento e outras que combatam a emissão dos gases de efeito estufa.
Pelo protocolo de intenções, a Nasdaq fornecerá a tecnologia para o funcionamento da bolsa, por meio da Nasdaq Market Technology, e o Estado, os ativos ambientais a serem comercializados.
Além da questão da sustentabilidade propriamente dita, a matemática financeira que move o mercado de créditos de carbono é atraente. Cada tonelada do ativo ambiental pode valer até USD 5, e existe expectativa de o Rio gerar um estoque de 73 milhões de toneladas de gás carbônico, Isto representaria R$ 25 bilhões em negócios.
O governo aposta as fichas na novidade como forma de ajudar a reaquecer a economia, combalida pelos dois anos da pandemia da covid-19. O mercado verde seria capaz, ainda, de gerar novos postos de trabalho e de posicionar o estado como importante ator na economia de baixo carbono.
Aguardamos, ansiosos, as cenas dos próximos capítulos.