O atropelamento do empresário Antonio Bertolucci enquanto ele andava de bicicleta nas ruas de São Paulo, ontem, levanta novamente a questão sobre os direitos do ciclista nas vias públicas. Segundo o Código Nacional de Trânsito Brasileiro, o motorista de veículo automotor deve manter 1,5 metro de distância da bicicleta, enquanto que a mesma devem seguir junto às calçadas.
Infelizmente, os centros urbanos como a capital paulista foram projetados para os carros. A ponto do direito de ir e vir nas ruas estarem restritas somente a eles. Os carros estão sobre as calçadas, as faixas de pedestre, os corredores de ônibus. Neste cenário, como garantir o trânsito das bicicletas? Antes de tudo, é preciso estabelecer uma política para o uso da bicicleta. Cada cidade deve regulamentar as normas para a sua realidade.
Feito isso, será necessário fazer estudos para implementação de ciclovias, assim como medidas educativas e de fiscalização. A formação de novos hábitos não é impossível. Um bom exemplo é Brasília que conseguiu fazer com que os motoristas respeitassem a faixa de pedestres.
A morte do empresário chamou a atenção, porque ninguém imaginava que o presidente de uma empresa poderia usar uma bicicleta como um meio de transporte para ir ao trabalho ou qualquer outro lugar. Mas existe muita gente, não necessariamente pobre, que gostaria de usufruir mais desse veículo e não faz por insegurança. Por isso, acredito que buscar a convivência pacífica entre carros e bicicletas seria incrivelmente benéfico para as pessoas, o trânsito e as cidades.