O candidato a prefeito pelo PSB em Niterói, Felipe Peixoto, teve na manhã desta quinta-feira, dia 15, reunião com representantes da indústria naval, na Ilha da Conceição. À tarde, participou com os candidatos Rodrigo Neves (PV) e Flavio Serafini (Psol) de debate ao vivo no jornal Extra. Do Rio, Felipe seguiu para a Região Oceânica, onde houve mais um encontro com os prefeitáveis. Foi no Colégio Itapuca, dessa vez, com a presença da candidata do PSTU, Danielle Bornia, mas sem o prefeito Rodrigo Neves, que faltou ao debate.
Promovido pelo Conselho Comunitário da Região Oceânica de Niterói (CCRON), o encontro levou mais de 300 pessoas à escola e gerou um alcance de mais de 30 mil visualizações só pelas redes sociais de Felipe Peixoto, que contabilizaram ainda 1.300 comentários durante a transmissão ao vivo. Entre os candidatos, Felipe foi o que demonstrou mais conhecimento sobre os problemas e a geografia da região em que foi secretário de 2003 a 2004. Em sua fala, ele criticou a falta de interação da prefeitura com os moradores, alegando que a postura a administração municipal vem gerando sérios prejuízos para a cidade como um todo.
– Muito complicado ver a prefeitura fazendo uma obra da proporção da Transoceânica sem planejamento, sem ouvir a população. Vamos concluir essa obra, mas certamente tendo que readequá-la e auditá-la, pois sabemos que ela foi entregue sem licitação a uma das empresas do Ricardo Pessoa, empreiteiro preso na operação Lava Jato e que sempre financiou as campanhas do prefeito Rodrigo Neves – reafirmou Felipe, aplaudido por praticamente todos os presentes.
Os moradores demonstraram total insatisfação com a obra, como Gilson César, um dos fundadores do CCRON.
– O encontro foi tratado com antecedência e todos confirmaram presença. Mais uma vez nos deparamos com a falta de atenção do prefeito, que decidiu pela obra sem ouvir a população. O resultado é essa obra que é um retrocesso. Estamos sofrendo com assaltos, buracos, poeira, crise no comércio e muitos outros problemas causados pela Transoceânica, que nos trará mais perdas do que benefícios. Queríamos o túnel com estrutura de segurança para suportar a invasão que teremos em nossa região. E ele vai e reduz ao meio o número de pistas, de ponto de ônibus e de retornos? Tudo errado. Total descaso com a Região Oceânica, que tem o maior potencial de crescimento da cidade, já com mais de 80 mil habitantes – lamentou.
Conquistas – Em sua apresentação, Felipe Peixoto lembrou que o Itapuca foi um dos espaços utilizados para a construção coletiva do seu Programa de Governo, que teve oito reuniões regionais e 14 temáticas com contribuições de quase duas mil pessoas. Além do fato de ter sido secretário, o candidato enfatizou a sua relação com a Região Oceânica, onde morou quando pequeno, sempre passou fins de semana e férias e pretende morar. Em seus três mandatos de vereador, Felipe apresentou e viu aprovado uma série de projetos voltados à região, como o de preservação do Costão de Itacoatiara, com lutas pela ampliação dos parques da Serra Tiririca e Darcy Ribeiro, e pela recuperação do sistema lagunar. É dele também o projeto de cessão do terreno para a construção do Corpo de Bombeiros de Itaipu e a suspensão (quando deputado estadual) das taxas de foro e laudêmio em todo o território fluminense, com exceção da capital, isentando só na região cerca de dez mil imóveis incluídos na linha demarcatória da União.
Felipe Peixoto também interagiu para a criação e ampliação de linhas de ônibus (como a 38A, para o Engenho do Mato), e para a inclusão de ruas no trajeto rodoviário. Enquanto secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, idealizou projetos como o Canto de Itaipu (de revitalização da comunidade pesqueira) e o de macrodrenagem executado em parte em algumas localidades, como o Bairro Peixoto, por meio do programa estadual Bairro Novo, além de indicar dezenas de ruas para pavimentação. Essas e outras conquistas foram citadas no encontro por Felipe, que ressaltou serem muitos os desafios para a região com as calçadas esburacadas, “quando as têm”, sem ciclovias e sinalização nos pontos de ônibus.
– Mas o principal desafio agora é adequar as obras da TransOceânica à dinâmica da região. Quem elaborou esse projeto não conhece a Região Oceânica, porque não tem sentido reduzir quatro pistas amplas para duas estreitas em uma área com muitos veículos e que lota no verão, e nem construir calçadas maiores que a da Amaral Peixoto em um local sem tanta demanda de pedestres, e ainda sem prever ciclovias e estacionamentos, prejudicando o comércio local. Não tem sentido reduzir 60% da frota de ônibus, metade dos pontos e fazer uma pista tão estreita na Avenida Seis que mal dá para o morador entrar em sua garagem. Vamos terminar essa obra que custou R$ 350 milhões, frutos de um empréstimo que vamos pagar por 20 anos. Mas vamos concertar as coisas que estão sendo feitas erradas e vamos levar o corredor de transporte até o terminal no Centro, porque não tem sentido ir só até Charitas, a demanda de passageiros até o bairro não justifica o custo dessa obra – detalhou.
Compromissos – Felipe assumiu ainda os compromissos de implantar escolas profissionalizantes para a região, de ampliar o número de vagas dos berçários, de fazer funcionar a ampla cobertura do programa Médico de Família na região (com oferta de medicamentos e atendimento aos sábados) e o sistema de monitoramento de câmeras como forma de prevenir assaltos, assim como construir uma sede para a Companhia da PM na saída do túnel Charitas-Cafubá.
Indústria naval – No encontro pela manhã com a Associação do Conselho Empresarial Naval-Offshore e Serviços de Niterói (Asscenon), na empresa Girassol Apoio Marítimo, que contou com representantes de estaleiros e moradores da Ilha e da Ponta da Areia, Felipe falou de seus projetos para o setor. “Vou fazer o desassoreamento do Canal de São Lourenço e promover outras ações que impulsionem a indústria naval na cidade. Nosso compromisso com o setor é antigo e se firma em mais esse encontro. O ramo naval precisa voltar a crescer e gerar empregos. Seremos incentivadores em potencial desse movimento, buscando parcerias e projetos para que essa retomada do crescimento aconteça de forma breve e possa, principalmente, utilizar a mão de obra da cidade. Teremos encontros semestrais para debater novas políticas públicas que atendam não só ao setor como aos moradores das localidades impactadas pelo segmento”, garantiu.