Curso faz parte do Seja Mais Você, programa de inclusão social que visa ampliar a contratação de pessoas com deficiência
O Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL), em Niterói, acaba de formar sua primeira turma de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras). A capacitação é mais uma etapa do Seja Mais Você, programa de inclusão social lançado em julho para ampliar a contratação de pessoas com deficiência. Com duração de quase três meses com duas aulas semanais no próprio hospital, o curso qualificou oito profissionais dos setores de Recursos Humanos, Atendimento, Protocolo, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Segurança do Trabalho e até de Compras e Contratos.
A certificação foi nesta quarta-feira, dia 30, após a demonstração do muito que aprenderam na interpretação da música “A paz”, do Roupa Nova. “A ideia é criar novas turmas para que mais funcionários aprendam a língua, contribuindo com a inclusão social e facilitando a comunicação no ambiente hospitalar. E isso não só com profissionais que tenham deficiência auditiva, mas com pacientes e nossos usuários em geral”, diz a enfermeira Adriana Palla, coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do Azevedo Lima, intérprete de Libras e à frente do curso.
A primeira turma começou com 23 alunos, mas por conta da complexidade de aprendizado, apenas oito concluíram as 40 horas/aulas. “Usamos apenas as mãos para expressar o que o cérebro precisa interpretar. E isso é mesmo difícil, o que faz muitos desistirem”, explica Adriana Palla, adiantando que espera, ainda este ano, formar a segunda turma do curso de Libras. A apresentação musical dos novos intérpretes foi feita no Auditório do hospital, emocionando a plateia integrada por mais 40 profissionais, alguns não contendo as lágrimas, como a médica Gisela Motta, diretora-geral do Azevedo.
– Essa é mais uma iniciativa realizada aqui no hospital com foco no próximo, uma ação especial de inclusão social. Foi gratificante e realmente emocionante ver essa apresentação que me fez pensar como as pessoas se comunicam com as mãos. Este curso traz mais um diferencial ao Azevedo: o de ter funcionários capacitados para se comunicar com pessoas com deficiência auditiva – comemorou a diretora Gisela Motta.
O programa – Por processo seletivo, foram classificados 22 profissionais com as mais diversas deficiências, com seis deles já trabalhando, como o enfermeiro Flávio Luís do Rego Silva, deficiente auditivo que reforça a Clínica Médica. Os outros cinco integram as equipes do Núcleo Interno de Regulação (NIR), Farmácia, Psicossocial, Atendimento e Telefonia. Já os outros 16 aprovados estão em fase de convocação, quatro deles devendo ser contratados ainda na primeira quinzena de outubro.