Indicação visa facilitar deslocamento de quem enfrenta uma viagem de até três horas por dia
Em mais uma ação de mobilidade urbana, o deputado estadual Felipe Peixoto (PDT) ingressou na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) com indicação para a licitação de uma linha de ônibus Niterói-Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, via Linha Amarela. A medida visa facilitar o deslocamento de milhares de pessoas que fazem o trajeto diariamente, gastando em média três horas em cada viagem. A indicação de número 3470/2014 foi feita à secretária de Estado de Transportes, Tatiana Vaz Carius, e protocolada no último dia 24.
Esta é uma ação recorrente de Felipe Peixoto, que em 2011 enviou o ofício 94/11 à empresa Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans) sugerindo a licitação dessa mesma linha, com pontos de embarque nos bairros de Charitas (na Zona Sul) e Itaipu, na Região Oceânica. Candidato a vice-governador na chapa do governador Luiz Fernando Pezão, o deputado ressalta a importância das proposições para o atendimento da antiga demanda de quem gasta no percurso não só tempo como dinheiro, pois é preciso, no mínimo, duas conduções.
– A criação dessa linha específica de ônibus será um grande alívio para quem enfrenta essa maratona diária de sair de Niterói em direção à Barra e depende de transporte público. Além disso, será também menos carro circulando e, por consequência, um desafogo no trânsito. Projetos que incentivam a qualidade de vida, principalmente quando ligados à mobilidade, são muito importantes – alerta Felipe Peixoto.
Mobilização – A indicação do deputado dá força ao evento “Criação de linha de ônibus Niterói x Barra da Tijuca”, lançado no Facebook para pedir a implantação da linha direta para o bairro da Zona Oeste, saindo do Centro de Niterói ou de Charitas para o Terminal Alvorada. A mobilização virtual já conta com quase sete mil participantes, como a publicitária Juliana Bastos Nunes, 23 anos, que gasta duas horas no trajeto São Gonçalo-Barra e ainda precisa fazer baldeação se quiser evitar lugares perigosos, o que exige o uso de três conduções.
– Além de reduzir o tempo de viagem, pois eu não precisaria descer de um ônibus e perder tempo esperando outro, seria mais seguro. Hoje sou obrigada a atravessar em lugares sem sinal de trânsito, e às vezes passar por locais reconhecidamente perigosos – relata Juliana.
O engenheiro Paulo Cesar Ribeiro, professor de Engenharia de Transportes da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), não descarta a viabilidade da linha, mas afirma que é preciso uma ampla análise, até mesmo como forma de identificar o número de pessoas que seriam beneficiadas com a medida.
Por Leonardo Scheuer