Sedrap assina acordo com COI, e Rio de Janeiro pode ser primeiro estado do Brasil a conquistar selo internacional
A certificação do pescado sustentável pode ser um dos ricos legados das Olimpíadas 2016. O pontapé oficial será às 10h desta terça-feira, dia 3, quando o Governo do Estado firma parceria com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016 e os selos Marine Stewardship Council (MSC) e Aquaculture Stewardship Council (ASC), os mais conhecidos do mundo. O principal objetivo é garantir a qualidade do pescado servido não só em refeições de atletas, organizadores e demais profissionais envolvidos no evento, como em produtos comercializados em restaurantes e lanchonetes nos estádios. “Queremos também trazer para o Estado do Rio o título de primeiro do país a conquistar oselo de qualificação do pescado sustentável”, diz o secretário Felipe Peixoto, à frente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca do Rio de Janeiro (Sedrap) e que assina o acordo na sede do COI.
Certificação – Entre as frentes necessárias para a certificação está a adoção de práticas mais sustentáveis por pescadores e aquicultores. Para tanto, uma equipe de técnicos da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro – a Fiperj, órgão vinculado à Sedrap – desenvolvehá mais de um ano um projeto que, além de mostrar que o país tem condições de conquistar o selo, busca a melhoria de vida do pescador artesanal e do pequeno produtor, justamente com ações de estímulo à certificação para atender às demandas das Olimpíadas. “Trabalhamos nas comunidades que dependem do pescado para apresentar o conceito de certificação e familiarizá-las com os processos, assim estimulando pescadores e aquicultores a adotarem novas práticas. Buscamos ainda aumentar a consciência do consumidor e, consequentemente, a demanda pela sustentabilidade da atividade”, explica a bióloga Carrie Brown Lima, coordenadora do projeto.
Os selos – A ASC e a MSC são os principais selos internacionais de aquicultura sustentável, e ainda inexistente no Brasil. Segundo o secretário Felipe Peixoto, o próprio conceito é pouco conhecido entre os pescadores artesanais e pequenos produtores. “E vemos nas Olimpíadas uma boa oportunidade de darmos visibilidade ao projeto, mostrando sua importância e gerando interesse no pescador e produtor em procurar práticas sustentáveis e certificações. Se tudo correr bem como estimamos, este projeto piloto mostrará como pescarias artesanais e pequenos produtores podem obter essas certificações”, destaca Felipe Peixoto.
Londres – Nos Jogos Olímpicos de Londres, o pescado sustentável certificado foi sucesso, e a maioria do peixe consumido teve o selo da MSC. O legado é forte até hoje, já que a cidade é considerada a primeira “sustainable fish city” (cidade do pescado sustentável), onde o compromisso público em servir apenas peixe sustentável já influencia milhões de refeições por ano.
Ascom Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional