O secretário de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Cortes, afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (24/3) que não há necessidade de pânico devido ao aparecimento de dois casos de dengue tipo 4 em Niterói.
Segundo Cortes, não há registros na literatura de que esse vírus seja mais agressivo que os demais ou pessoas que contraírem a doença estejam mais propensas a desenvolver a forma hemorrágica.
Esta semana, duas irmãs que moram na Região Oceânica de Niterói foram diagnosticadas com o tipo 4. Uma delas foi internada devido a forte dores abdominais, mas já recebeu alta do hospital. Segundo a Secretaria de Saúde, as duas passam bem.
Para impedir uma nova epidemia, a secretaria capacitou equipes de todas as unidades de saúde, UPAs, hospitais e postos de saúde municipais do Estado. A Baixada Fluminense recebeu centros de referência para o atendimento à população e as parcerias com as prefeituras foram reforçadas. Mas a grande preocupação continua sendo o combate aos focos de larvas do mosquito aedes aegipti, transmissor da doença.
As ações de prevenção serão intensificadas e novas metodologias aplicadas na atuação dos agentes de endemia, potencializando o controle.
– Vamos lançar em maio o Rio Contra a Dengue 2012, com ações estratégicas que já serão trabalhadas em 2011 junto aos agentes, os principais portadores das informações sobre a situação dos locais onde há mais risco. Também é fundamental que os municípios notifiquem a Secretaria de Saúde, para que possamos avaliar a evolução do número de casos e antecipar o plano de contingência – declarou o secretário.
Côrtes disse ainda que o vírus do tipo 4 chegou ao Brasil pela proximidade com a Venezuela, e que mesmo quem já contraiu a doença corre o risco de ser infectado novamente. Seis estados de três regiões brasileiras já registraram casos desse tipo de dengue. Por isso, a população deve ficar alerta, denunciar os focos e procurar um posto de saúde caso apresente algum sintoma.
– O aparecimento de um novo tipo de vírus alerta as pessoas a não diminuir a vigilância, até porque casos repetidos podem aumentar a probabilidade de desenvolver a forma hemorrágica. Todos os dias é preciso verificar se há focos na sua casa, na do vizinho ou até mesmo em um prédio público. E denunciar para que possamos tomar as medidas necessárias.
O superintendente de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, reforçou que o combate e controle aos focos são rotineiros.
– As ações de bloqueio são realizadas independentemente do vírus circulante, é nossa rotina. Sempre que identificamos o aumento do número de casos em um município, deslocamos uma equipe para conter a proliferação do mosquito e intensificamos o controle da forma larvária, através da eliminação de focos, com aplicação de larvicida ou uso do carro fumacê – explicou Chieppe.
Texto: Charline Fonseca – Governo do Estado do Rio de Janeiro