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Impeachment do governador, triste pioneirismo do nosso estado

Essa semana foi mesmo histórica para o nosso estado. Além do leilão da Cedae, que certamente trará uma série de benefícios para a população, um Tribunal Especial Misto, formado por cinco deputados estaduais e cinco magistrados, aprovou por unanimidade o impeachment de Wilson Witzel, agora inelegível por cinco anos. Ele já estava afastado desde o ano passado do cargo de governador do Estado do Rio por conta de um escândalo de propina na Saúde, justamente no momento mais desafiador vivido nas últimas décadas não só por nosso estado, mas por todo o Brasil e o mundo com a pandemia do coronavírus…

Witzel era uma esperança de mudança para os seus eleitores no já combalido governo do Rio de Janeiro, que teve mais cinco governadores presos ou afastados devido a diversas acusações de corrupção. É um juiz federal e vivia propagando sua integridade, garantindo que faria diferente à frente do estado. Infelizmente não fez. Ao contrário, nos deixa o triste pioneirismo de ter sido o primeiro governador em todo o país a ser afastado em definitivo por meio de um processo de impeachment desde a redemocratização. Mas pelo menos a justiça foi feita!

A acusação que resultou no impeachment afirmava que havia uma caixinha de propina paga por Organizações Sociais (OSs). O valor total arrecadado teria sido de R$ 55 milhões e Witzel seria um dos beneficiários. Além desse processo que culminou no seu afastamento definitivo, o ex-governador pode ser preso, pois é réu em outro processo que corre no Superior Tribuna de Justiça, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Creio que neste caso a justiça também será feita.

A impunidade está perdendo espaço! A população está mais consciente e atenta, e os poderes têm se mobilizado cada vez mais no sentido de combater esse tipo de politicagem que causa tanta dor, perdas e vergonha mesmo à nossa população. Jamais poderemos mensurar o impacto desses desvios na história de cada família atingida por problemas nos hospitais, incluindo os de campanha, alguns dos quais nunca chegaram a ser construídos. Já fui secretário de Estado de Saúde e sei bem que esta pasta é de vital importância na vida de cada cidadão.

Fiz uma gestão pautada pela probidade, tendo inclusive implantado uma corregedoria para apurar e coibir exatamente os possíveis casos de desvios de verbas. Mas foi eu deixar a secretaria para a corregedoria ser extinta. E depois vimos todos os meus antecessores e substitutos sendo chamados pela Justiça, alguns deles respondendo a acusações e outros ficando presos.

Eu me orgulho muito de ser o único desse cargo dos três últimos governos a não ter sido sequer chamado a depor. E mais: não tenho qualquer condenação na Justiça nem no Tribunal de Contas. Não tenho absolutamente nada contra mim. Aliás, como sempre foi ao longo dos meus mais de 20 anos de trajetória política… Nós, políticos, não podemos perder de vista que os cargos públicos visam servir a população, e não a nós mesmos!

Felipe Peixoto

Durante seus mandatos, Felipe aprovou mais de 100 leis e presidiu importantes Comissões, como a do Foro e Laudêmio e a da Linha 3 do Metrô. Como Secretário de Estado, Felipe foi responsável por inúmeras realizações e projetos que beneficiaram todas as regiões do RJ. 

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