É impensável que, num país onde os índices de pessoas abaixo da linha da pobreza figuram entre os mais altos do mundo, a gente ainda tenha uma realidade de desperdício de alimentos como a divulgada nos últimos dias pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Nada menos que 3,9 bilhões em frutas, legumes, verduras, produtos de padaria, peixaria e açougue vão para o lixo, nos 2.335 supermercados do país. Só de frutas e verduras, 1,8 bilhões de reais foram desperdiçados no ano passado.
Quando cheguei na Secretaria de Estado e Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap), a cultura do desperdício também fazia parte do dia a dia da Ceasa, na época, deficitária. Conseguimos, eu e minha equipe, tirá-la do vermelho e, mais que isso, em 2011, implantei, na unidade de Irajá, o projeto piloto do Banco de Alimentos. Esse é um programa contra o desperdício e de combate à fome, por meio da doação de produtos fora das condições ideais para a comercialização, mas próprios para o consumo. Verduras e legumes passam por um processo de seleção e armazenamento, antes de serem destinadas a instituições cadastradas.
Em 2014, o Banco de Alimentos da Ceasa já tinha se instalado em cinco outras unidades, São Gonçalo, Nova Friburgo, Paty do Alferes, São José de Ubá e Itaocara. Com isso, 4 mil pessoas, de cerca de 25 instituições e comunidades pacificadas no Rio, passaram a ser atendidas pelo programa.
O Banco de Alimentos é um exemplo de que, quando se tem vontade e determinação, é possível fazer diferente. E essa é a nossa proposta. Faça a diferença você também!