O Rio está na vanguarda das cidades inteligentes no Brasil. Tenho muito orgulho de ter feito parte do começo de todo o processo de redesenho dos conceitos e espaços urbanos, com busca de conexão integral, desenvolvimento sustentável, preservação do meio ambiente, smart mobily e economia criativa, entre outros aspectos.
No dia 29 de junho, por meio de decreto do prefeito Eduardo Paes, publicado no Diário Oficial, foi lançado o Distrito de Baixa Emissão de Carbono. O bairro escolhido para a iniciativa, inédita no Brasil, foi o Centro. Estima-se que a fase de implantação dure dois anos, com resultados perceptíveis em 2030.
À frente da Coordenadoria de Cidade Inteligente, pude avaliar – observando experiências externas, como em Londres, Médelin e Barcelona – experiências semelhantes em cidades como Londres e Médelin. O fundamental, agora, é que o Rio se baseia em suas próprias necessidades e características, gerando um modelo próprio a seguir.
O que muda no Centro?
O anúncio da criação do distrito é mais uma das iniciativas corajosas da prefeitura, desta vez em comemoração ao mês do meio ambiente. Inicialmente, serão 2,24 quilômetros quadrados de área, delimitados pelas avenidas Beira-Mar e Marechal Floriano, pelo Campo de Santana e a Orla Conde.
O objetivo é criar um refúgio urbano, com ampliação de áreas verdes, inclusive nos tetos dos prédios; monitoramento permanente da qualidade do ar; ações de educação ambiental; uso de veículos elétricos pelo governo municipal – com troca gradual da frota, inclusive caminhos da Comlurb –; e extensão da malha cicloviária, que vai representar um grande avanço em termos de mobilidade urbana.
O distrito prevê também estímulo ao retrofit de prédios antigos, em vez da construção de novos, cuidando assim da preservação das edificações históricas, da perpetuação da nossa cultura e da atração de novos investimentos e empresas. Retrofit significa, consequentemente, redução de emissão de carbono também nas atividades da construção civil.
Está em estudo a possibilidade de restringir o acesso de automóveis, o que, oportunamente, tornaria ainda mais necessária a ampliação do número de ciclovias, com integração a modais, como VLT, metrô, trens e barcas.
Na verdade, a ampliação da malha cicloviária, no trecho do distrito já está em andamento. Até o fim deste ano, serão mais 5,5 quilômetros de ligações cicloviárias, incluindo 2,3 quilômetros novos. Até 2024, será implantado mais 1,9 quilômetro. Entre as vias que receberão ciclovias e ciclofaixas estão Uruguaiana, do Senado e Evaristo da Veiga e Avenida Chile.
Reduzindo a quantidade de carros e ônibus em parte das vias do Centro, haverá diminuição também dos índices de emissão de gases de efeito estufa (GEE), cujo componente principal é o dióxido de carbono.
Moradia perto do trabalho
Investir em qualidade de vida faz parte de outro projeto da prefeitura, no qual o distrito está inserido: o Reviver Centro. A ideia é atrair empreendimentos residenciais e moradores para a área. Aproximando o morador do local de trabalho, reduz-se também o drama dos grandes deslocamentos diários.
A criação do distrito atende ao compromisso do município de promover ruas verdes e saudáveis com a rede C40 e está prevista nos planos Estratégico e de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática do Rio.
Tudo está interligado e uma cidade, de fato, inteligente, é aquela que consegue conectar suas ações, públicas e até mesmo privadas, buscando o funcionamento eficaz e qualidade de vida à população.
É o futuro e, no Rio, estamos cada vez mais próximos dele.
