Única emergência aberta de Niterói, hospital do estado recebe melhorias e já registra 65% de ampliação no atendimento
Os 70 anos do Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, foram marcados por homenagens especiais a diretores e funcionários em sessão solene realizada na noite da última terça-feira, dia 4, no Palácio Tiradentes, no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Primeira entre as comemorações que acontecerão ao longo do mês para marcar o aniversário da instituição, a solenidade é iniciativa da deputada estadual Tânia Rodrigues, médica e fundadora da Associação Nacional de Deficientes Físicos, a Andef, em Niterói.
Reunindo cerca de 150 pessoas, a sessão reconheceu a dedicação de cinco dos diversos funcionários com mais de 30 anos de serviços prestados à instituição. São eles o ginecologista e obstetra Carlos Malvone, que chegou em 1980 na Maternidade há quase 20 anos por ele coordena; a enfermeira Luciléa Caetano de Azevedo; a auxiliar de enfermagem Mariângela Glória e a auxiliar administrativa Joelza Lopes de Lima (todas há 37 anos no Azevedo); e o auxiliar de serviços gerais Cosme Silva, com 30 anos de casa.
Presidida pela deputada, a mesa dos trabalhos da noite foi integrada pelo secretário de Estado de Saúde, Felipe Peixoto; pela diretora do Cremerj, Ilza Fellows (também diretora do Complexo Hospitalar de Niterói); e pela secretária de Saúde de Silva Jardim, Tereza Abrahão; e ainda por dois dos diretores homenageados: André Guanaes (que dirigiu o Azevedo Lima de abril de 2014 ao início desse ano) e Gisela Motta, diretora-geral do hospital desde fevereiro. Os outros diretores são Raphael Riodades (desde 2014 diretor de regulação do Complexo Hospitalar de Saúde das unidades estaduais Alberto Torres e João Baptista Cáffaro); Heleonora Orvelin (atual diretora do Hospital Municipal Darcy Vargas); e José Luiz Rosa de Medeiros, coordenador de Regulação de Itaboraí que não pode participar do evento.
Após a entrega de placas, os integrantes da mesa falaram parabenizando os homenageados e destacando a importância do hospital não só para Niterói, mas para os municípios no entorno.
– Muito feliz em retornar a este Plenário em um dia tão especial, comemorando os 70 anos do Azevedo Lima e compartilhando esse momento com todos vocês. Parabenizo a deputada Tânia por esta iniciativa que reconhece o nível dos profissionais desse hospital referência em nossa cidade. O Azevedo vive uma fase de mudanças por conta da gestão compartilhada que tem permitido muitas conquistas, com números impressionantes, que comprovam o expressivo crescimento e a melhoria do atendimento. O estado tem um projeto que queremos aprimorar, mas sempre cuidando do prédio atual, com investimentos importantes como a reforma do centro obstétrico e de várias enfermarias, com melhorias também da satisfação dos pacientes e funcionários – disse o secretário Felipe Peixoto.
Crescimento – Com cerca de 350 mil atendimentos registrados no primeiro semestre desse ano (quase 70% do total registrado em todo o ano de 2014) e ultrapassando a marca de 55 mil partos, o Azevedo Lima tem 1.600 funcionários (entre eles, cerca de 500 estatutários) e emergência aberta para a população da Região Metropolitana II, integrada por outros seis municípios: Maricá, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim. Os números vêm crescendo em diversos setores. Na Ortopedia, por exemplo, até junho de 2014 eram realizadas 30 cirurgias mensais (uma ao dia), sendo que no primeiro semestre desse ano, a média foi de 120 ao mês, evidenciando um aumento de 300%. O crescimento é também identificado no comparativo das estatísticas de todos os 12 meses de 2014 com os seis primeiros meses de 2015. Há ampliação expressiva em vários procedimentos, como cirurgias eletivas (quase 400%), cirurgias de urgência (mais de 80%), atendimentos ambulatoriais (mais de 33%), exames de imagem (35%) e internações (quase 15%).
– Contratações em todas as áreas, cursos de capacitação e a chegada de novos equipamentos estão entre as ações trazidas com a gestão compartilhada iniciada em abril do ano passado, e que nos permitem ampliar consideravelmente o nosso atendimento. Começamos também a investir em frentes de melhorias, como a reforma da recepção e a reconstrução de rampas e calçadas – adianta a médica Gisela Motta, que chegou ao Azevedo Lima em agosto do ano passado, e desde fevereiro é diretora geral do hospital.
Serviços – Inaugurado em 4 de agosto de 1945 como sanatório, o Azevedo passou por diversas mudanças e funciona desde 1978 como hospital geral e maternidade de alto risco, oferecendo diversos serviços à população, como Cirurgia Geral, Neurocirurgia, Clínica Médica, Ortopedia, Trauma e Obstetrícia de baixo e alto risco. Há ainda serviços de Anestesiologia, Enfermagem, Radiologia e atendimentos de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia, Terapia Ocupacional e Serviço Social, com um ambulatório para consultas de procedimentos cirúrgicos e outro para tratamento de pacientes com HIV.
Histórico – O hospital leva o sobrenome do tisiologista José Jerônimo de Azevedo Lima, um dos principais nomes na luta contra a lepra e a tuberculose no Brasil, em campanhas que resultaram em frentes para o tratamento da doença. Um exemplo é a área doada pelo médico Azevedo Lima, que morreu em 1912, mais de 30 anos antes da inauguração da unidade. Depois de 25 anos como sanatório, o Azevedo foi desativado em 1970 e reinaugurado em 1978 como emergência aberta e maternidade. Mais dez anos e veio fechamento parcialmente, que manteve apenas a maternidade, mesmo assim em estado precário, até a reforma e reabertura em 1991, com a média de 40 partos por mês. Em 1995, o hospital passou por nova obra, mas teve apenas três dos seus oito pisos reformados. Foi a última obra no Azevedo, que ficou sem reformas até ano passado, quando obras estruturais foram retomadas, trazendo melhorias como oito enfermarias totalmente novas e ambiente climatizado, que colaboraram para a conquista do Prêmio Qualidade Rio (PQRio) em 2014.