Após mais de 20 anos de discussões, a construção da Linha 3 do Metrô parece estar deixando a categoria sonho para se tornar realidade. O problema, no entanto, é saber que realidade será esta. O início da construção do Complexo Petroquímico em Itaboraí fez com que o Governo do Estado apressasse as obras da Linha 3. Os niteroienses, no entanto, seguem apreensivos com os impactos que a obra poderá causar na cidade.
Após mais de 20 anos de discussões, a construção da Linha 3 do Metrô parece estar deixando a categoria sonho para se tornar realidade. O problema, no entanto, é saber que realidade será esta. O início da construção do Complexo Petroquímico em Itaboraí fez com que o Governo do Estado apressasse as obras da Linha 3. Os niteroienses, no entanto, seguem apreensivos com os impactos que a obra poderá causar na cidade.
Na busca de um melhor entendimento deste processo, o vereador Felipe Peixoto decidiu convocar audiência pública para debater o tema, entendendo que garantir a participação popular na discussão dos rumos da cidade é fundamental para o êxito das iniciativas do Poder Executivo.
Participaram do evento o engenheiro Bernardo Golebiowski da Noronha Engenharia, empresa responsável pelo projeto; Carlos Montana, diretor da Agrar, empresa responsável pelo estudo de impacto ambiental da obra; Sebastião Rodrigues, subsecretário estadual de transportes; Jéferson Martins e Emmanuel Sader, representando a atual administração municipal e também do engenheiro Selmo Treiger, representando o prefeito eleito Jorge Roberto Silveira, além de vereadores, especialistas e moradores da cidade.
Foi discutida a proposta de implantação da linha, feita pela Noronha Engenharia, e seu Estudo de Impacto Ambiental. Com as diversas observações feitas por técnicos e outros presentes, avaliou-se que seria importante dar prosseguimento à discussão do projeto. Determinou-se, ao fim, que a equipe de transição do governo eleito deveria manter diálogo com os engenheiros da empresa, com o Governo do Estado e com a sociedade civil para determinar o melhor caminho para a instalação do metrô na cidade.
A Linha 3 do Metrô foi licitada em 2001, dividida em dois lotes: o primeiro é constituído pelo túnel que liga a Estação Carioca, no Rio de Janeiro, a Niterói; o segundo lote compreende o traçado que se inicia, ainda subterrâneo, em Niterói, que segue elevado até Alcântara, onde se converte numa linha de superfície até Itaboraí.
O Governo do Estado, no entanto, não possui previsão de quando serão iniciadas as obras do primeiro lote. A única parte que se encontra pronta para iniciar é o Lote 2. Ainda assim, é preciso que a palavra pronta seja usada entre aspas, uma vez que os únicos recursos de fato disponíveis hoje são da ordem de R$30 milhões. O custo total do Lote 2 é de R$1,3 bilhão.
A polêmica gira em torno do impacto que a obra terá na cidade. Apesar de beneficiar apenas 3% da nossa população, o metrô trará, diariamente, mais de 160.000 passageiros para o Centro de Niterói. Boa parte destes passageiros, no entanto, não será formada por moradores ou trabalhadores de Niterói e sim por pessoas em trânsito entre o Rio de Janeiro e outros municípios. Além disso, a construção de estações, túneis e elevados também implicará em transformações com efeitos de curto a longo prazo nas vias e equipamentos urbanos.