Encontro contou com presença do deputado estadual Felipe Peixoto
A Comissão do Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) realizou nesta segunda-feira, 28, uma audiência pública em Cachoeiras de Macacu, na região das Baixadas Litorâneas, para debater sobre os impactos sociais, ambientais e econômicos da construção da barragem no Rio Guapiaçú.
O projeto em questão tem a intenção de melhorar o fornecimento de água para os municípios do leste da Baía de Guanabara, como Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. No entanto, a execução da obra prevê a desapropriação de cerca de 1.100 famílias, podendo atingir um prejuízo de até R$100 milhões por ano, se não for realizada de acordo com as normas estabelecidas.
Cachoeiras de Macacu integra a principal área agrícola do estado. Para o presidente da Comissão, deputado Paulo Ramos (PSol), é preciso verificar outras propostas que contemplem os trabalhadores da região sem causar tantos prejuízos.
“Por conta da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) a demanda de abastecimento cresceu muito na região. E Cachoeiras de Macacu integra a principal área agrícola do estado. É preciso pensarmos em maneiras viáveis de não prejudicar tantas famílias, nem comprometer nosso orçamento anual”, garante.
O encontro contou com presença do deputado estadual Felipe Peixoto (PDT) que destacou a importância das audiências públicas para se debater temas de relevância como o projeto da barragem.
“Sempre tive o costume de realizar audiências públicas, pois acredito que este seja o espaço oportuno para mais ouvirmos do que falarmos. E, pela primeira vez, vi um documento que cria e possibilita muitas alternativas viáveis que podem, sim, ser guiadas, com equilíbrio e bom senso, sem afetar o ambiente e gerar menor impacto social e econômico na região”, destaca o deputado, referindo-se ao relatório minimamente detalhado sobre a problemática da construção, apresentado durante e reunião.
A construção da barragem também poderá comprometer a salinização dos manguezais da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim prejudicando o sustento de dois mil pescadores artesanais. Um novo encontro deverá acontecer, em breve, para dar sequência à discussão.
Por Leonardo Scheuer