A proposta inclui adaptações como adequação acústica para abrigar a Orquestra Sinfônical Nacional.
Nesta terça-feira, 24, foi realizada mais uma audiência pública para discutir o destino do Cinema Icaraí. Estiveram presentes o reitor da Universidade Federal Fluminense, Roberto Salles, músicos da Orquestra Sinfônica Nacional integrantes do Movimento Cinema Icaraí Já, entre outros niteroienses interessados na preservação do imóvel.
Uma breve apresentação musical, executada pelos músicos da orquestra, abriu a audiência. Em seguida, a arquiteta e ex-aluna da UFF, Joana Rosa, apresentou seu projeto de conclusão de curso que prevê a reforma do espaço. A proposta respeita as características do tombamento feito pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e inclui adaptações como adequação acústica para abrigar a orquestra sinfônica. Joana baseou seu trabalho na Sala Cecília Meireles e no Salão Leopoldo Miguez (sede da Orquestra da UFRJ). Durante a explanação, Joana mostrou fotos tiradas em 2010 pelo Inepac em que mostram o estado de deterioração do prédio.
Quem subiu à tribuna, entretanto, defendeu a permanência do local como cinema. Readequações no projeto foram solicitadas ao reitor da UFF para que o local funcione como um espaço multiuso, tornando-o um pólo cultural da cidade.
Roberto Salles demonstrou-se sensível aos pedidos e reiterou a intenção de adquirir o Cinema Icaraí. Anunciou que já conversou com o proprietário do imóvel que ficou de pensar sobre a oferta feita pela instituição. O principal impasse, segundo o reitor, encontra-se no valor do edifício, pois a avaliação da Caixa Econômica (que ampara a universidade) foi menor que a realizada pela Prefeitura.
Relembrando
Em 2006, o Cinema Icaraí foi fechado. O Grupo Severiano Ribeiro, nessa época proprietária do cinema, informou que o espaço não era mais economicamente viável. No mesmo ano, foi votado na Câmara o projeto de lei que permitia a construção de um prédio de 40 metros de altura no interior do Cinema Icaraí. Felipe Peixoto foi o único vereador a se posicionar contra a lei e se absteve da votação.
Em outro momento, o projeto voltou novamente a Câmara, dessa vez, por conta do veto do prefeito. Felipe Peixoto votou pela manutenção do veto, junto com outros vereadores da época, mas mesmo assim o veto do prefeito foi derrubado.
No entanto, pouco após, o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) decidiu tombar o Cinema como um todo, o que impediu sua derrubada. Desde então, a cidade de Niterói permanece na luta pela volta do espaço cultural.
Por Carolina Bittencourt