Enquanto a Câmara Municipal aprovava o Estatuto da Bicicleta, o uso deste meio de transporte foi o principal tema da noite.
Nesta quinta-feira, 14, teve início o 1º Seminário sobre Mobilidade Urbana Sustentável de Niterói. O evento, que está sendo realizado pela Niterói Transporte e Trânsito (Nittrans), com o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, reuniu em seu primeiro dia mais de 300 pessoas interessadas no tema. Entre elas, profissionais, empresários e membros da administração pública.
O seminário foi aberto pelo presidente da Niterói Transporte e Trânsito (Nittrans), Sergio Marcolini, que falou sobre o tema “Trânsito de Desenvolvimento Orientado – TOD”. Segundo Marcolini, trata-se de uma estratégia que incentiva o uso, entre outras formas, do transporte não motorizado e do transporte público. E busca reduzir o uso do automóvel. “A gente não resolve o problema do trânsito só abrindo espaço para o automóvel”, afirmou. “O TOD procura estabelecer um equilíbrio entre espaço na cidade e os demais veículos, tentando priorizar o transporte público e o não motorizado”.
Marcolini aproveitou ainda a abertura do evento para informar os presentes sobre a aprovação, na Câmara Municipal de Niterói, do projeto de lei que institui o Estatuto da Bicicleta na cidade. O presidente da Nittrans elogiou o projeto, que fora apresentado pelo atual secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, deputado Felipe Peixoto, quando ainda era vereador da cidade. Peixoto está programado para participar do evento nesta sexta-feira, 15, quando pretende explicar mais sobre o projeto.
O secretário de Estado de Transportes em exercício, Sebastião Rodrigues, falou da luta do governo para incentivar o uso da bicicleta. De acordo com ele, é preciso primeiro desenvolver uma cultura para transformar a bicicleta em meio de transporte. Com esse objetivo foi criado o projeto Rio Estado da Bicicleta, que foi apresentado por Mauro Tavares, seu coordenador.
De acordo com Tavares, o projeto é uma parceira entre o Estado e os Municípios. Em Niterói o trecho compreendido seria de 7,3Km, da Praça Leoni Ramos até o Colégio Henrique Lage. O conceito é o acesso à linha 3 do metrô, além das ligações entre a UFF, as barcas, os estaleiros, áreas comerciais e o Terminal Rodoviário.
O coordenador do Programa Bicicleta Brasil, do Ministério das Cidades, Claudio de Oliveira da Silva, também esteve presente. “A bicicleta é um elemento da cidade. E a gente precisa de um novo projeto de cidade. As pessoas acham bonitinho, mas não tem coragem de usar a bicicleta como meio de transporte”, afirmou. O representante do Ministério das Cidades afirmou ainda que no PAC-2 Mobilidade Grandes Cidades eles receberam 67 projetos, em que 70% contemplam o uso da ciclovia e da ciclofaixa. Segundo ele, é preciso ter objetivo. “Para além do Seminário, a gente precisa ter ação. Todo mundo pode fazer alguma coisa”, concluiu.
Divulgados resultados de pesquisa sobre uso da bicicleta na cidade
Durante o Seminário foram apresentados os resultados da pesquisa realizada pela Nittrans, sobre o uso da bicicleta como meio de transporte e seus benefícios.
1.454 pessoas responderam. Entre elas, 78,25% possuem bicicleta. Entre os que não possuem, 86,35% dizem não ter por falta de ciclovia ou bicicletários. Quando a pergunta foi com qual frequência usam a bicicleta, 40,70% disseram geralmente; 15,44% sempre e 5,07% nunca. Já 67% disseram que participariam de um evento ciclístico. 77,85% concordam que a bicicleta é um transporte eficiente. E 95,65% acharam ótima a ideia da implantação de ciclovias ou bicicletários na cidade.
O objetivo da pesquisa foi identificar os diversos usos da bicicleta, como usar para trabalhar, estudar, lazer. De acordo com a pesquisa as pessoas consideram que a bicicleta pode ser usada para tudo.
Por Fabíola Mar