25 anos da vitória de Brizola

Era 15 de novembro de 1982. Em uma das eleições mais emocionantes da história do Brasil, Leonel Brizola se elege governador do Rio de Janeiro. Apesar de disputar o pleito com pouquíssimos recursos financeiros, derrota os candidatos apoiados pelo governo estadual e federal. Foi a primeira eleição pluripartidária após anos de ditadura militar. No final, ainda tentaram fraudar o resultado, manipulando a totalização dos votos, episódio conhecido como a “Fraude da Proconsult”. Foi a eleição que jogou uma pá de cal no poder da ditadura militar.

Há 25 anos atrás, o povo elegeu Leonel Brizola governador do estado do Rio, em um pleito repleto de emoções. A eleição foi disputado por 5 partidos: PDS, com Moreira Franco; PDT, com Brizola; PT, com Lysâneas Maciel; PTB, com Sandra Cavalcante; e PMDB, com Miro Teixeira.

Quando o processo eleitoral foi aberto, a candidata apoiada pelo governo do General Figueiredo, tinha ampla vantagem sobre os outros. Miro Teixeira, sustentado pelo governador Chagas Freitas, aparecia em segundo. Brizola possuía baixíssimos índices segundo as pesquisas da época.

Nesta eleição, seriam eleitos governadores, senadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, além de vereadores. O voto era vinculado, isto é, só se podia votar em um único partido. Quem escolhesse um candidato tinha por obrigação votar para os demais cargos nos candidatos do mesmo partido. Quem escolhesse, por exemplo, um candidato a vereador do PDS, teria que votar obrigatoriamente nos candidatos do PDS para os demais cargos. Esta era uma estratégia montada pelo governo militar para se manter no poder após a redemocratização.

Segundo os cálculos do General Golbery, estrategista do governo, o voto vinculado beneficiaria partido oficial, o PDS, proclamado então como “o maior partido do mundo ocidental”. Acreditava que a imensa maioria de candidatos a vereadores do PDS decidiria a eleição a seu favor também para os cargos majoritários, como governador e prefeito. O “feiticeiro da ditadura”, como era conhecido, não contava com a sabedoria popular. Esta inventou o “voto camarão”: quando o eleitor escolhia o seu candidato, deixava os demais espaços em branco.

A chapa do PDT tinha Darcy Ribeiro como candidato a vice-governador e Saturnino Braga para senador. Apesar de não ter recursos financeiros como os candidatos com apoio dos governos estadual e federal, e de aparecer em último lugar em todas as pesquisas de opinião, Brizola empolgava a militância afirmando que a vitória era possível. Milhares de pessoas foram às ruas, como voluntários, para lutar pelas candidaturas de Brizola, Darcy e Saturnino. Suor, saliva e sola de sapato eram as armas que essa militância dispunha, além de panfletos sem muitos recursos gráficos como se vê atualmente.

Com o desenrolar da campanha e dos primeiros debates na televisão, Brizola foi subindo nas pesquisas. A militância ia se empolgando e mais pessoas se agregavam à luta. Com a ascensão de Brizola, o governo federal retira o apoio a Sandra Cavalcante e joga todas as suas fichas em Moreira Franco. Nada podia mudar a tendência do eleitorado, no entanto. Na reta final da campanha, Brizola assume a primeira posição sendo seguido por Moreira Franco.

Na apuração dos votos, que eram contados manualmente e depois totalizados por meio digital, foi descoberto um esquema para beneficiar o candidato apoiado pelo governo militar, Moreira Franco. A TV Globo começou a insinuar em seus noticiários uma subida repentina de Moreira Franco, preparando a opinião pública para o resultado fraudulento. Brizola entra em cena e bota a boca no trombone, convocando observadores internacionais para evitar a concretização da falcatrua.

Miro Teixeira, num ato de coragem e espírito democrático, assume sua derrota e declara que Brizola será o novo Governador do Estado. O esquema é desmontado e Brizola declarado oficialmente o vencedor da eleição.

Posteriormente, Lysâneas Maciel e Miro Teixeira se filiam ao PDT. Miro tornou-se um importante líder partidário e referência de como se faz política com seriedade.

Era 15 de novembro de 1982. Esta data tem grande importância, pois foram nestas eleições que o povo do Rio enterrou os restos da ditadura militar no âmbito do seu estado. Contando somente com a força da coerência e da militância, a esquerda foi capaz de derrotar todos os candidatos “chapa branca” e iniciar um governo com propostas inovadoras em todos os setores da administração pública.

Felipe Peixoto

Durante seus mandatos, Felipe aprovou mais de 100 leis e presidiu importantes Comissões, como a do Foro e Laudêmio e a da Linha 3 do Metrô. Como Secretário de Estado, Felipe foi responsável por inúmeras realizações e projetos que beneficiaram todas as regiões do RJ. 

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