O Prédio dos Correios de Niterói será reformado ainda esse semestre. O prédio, de 91 anos, infelizmente não abrigará um novo Centro Cultural como era esperado. De acordo com a Empresa tal fato deve-se a proximidade com o Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro. O vereador Felipe Peixoto lamenta a decisão. Segundo o vereador, trata-se de um erro de avaliação principalmente porque o prédio tem a sua direita o Caminho Niemeyer e a sua esquerda o Museu BR de Cinema, a nova Estação Cantareira e o MAC.
Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico Cultural (Inepac) o prédio, atualmente, exibe pichações em toda sua extensão e tem problemas sérios com o telhado. Após a reforma, o prédio voltará a funcionar como base operacional da região de Niterói e São Gonçalo além de outros serviços. Embora esteja descartada a transformação do Prédio em Centro Cultural, a empresa destinará uma área de dois mil metros quadrados para atividades culturais.
Inaugurado em 14 de novembro de 1914, o Palácio dos Correios e Telégrafos, em estilo art noveau, impressiona pelo seu tamanho, número de janelas e riqueza de detalhes.
Compõe-se o edifício de três pavimentos, possuindo dois torreões que ostentam cúpulas metálicas. Merece destaque a escada em caracol que liga os três pavimentos.
Todas essas características aliadas a localização, que possibilitaria a valorização de uma rota cultural do centro de Niterói, já justificaria a utilização do prédio como Centro Cultural. Não vejo, sinceramente, nenhuma concorrência com o Centro Cultural do Rio , disse Felipe.
CONHEÇA A HISTÓRIA DO PRÉDIO
(fonte:”Niterói Patrimônio Cultural”, editado pela SMC/Niterói Livros em 2000.)
A primeira sede dos Correios que se tem registro, localizava-se no escritório do jornal O Echo da Vila Real da Praia Grande, na esquina da Rua Direita (atual rua da Conceição) com a rua do Vasco – local onde se entregava e distribuía as correspondências. Entre 1835 e 1858, o serviço de correios passou a funcionar na travessa ao lado da Igreja de São Domingos, o que lhe valeu o nome de Beco do Correio. No ano de 1858, os Correios passaram a funcionar na Rua do Imperador (atual rua Marechal Deodoro), canto com a Rua do Príncipe (hoje Barão do Amazonas) e desde esta época os serviços de entrega passaram a ser efetuados diariamente.
A inauguração da nova edificação dos Correios, em Niterói, surgiu num contexto de profundas modificações no espírito modernizante da cidade. O atual prédio dos Correios e Telégrafos de Niterói foi construído durante o governo do Presidente Marechal Hermes da Fonseca, para abrigar a Administração Postal Regional, formando um belo conjunto arquitetônico com a antiga estação das barcas. Posteriormente, os Correios foram anexados ao serviço telegráfico, para constituir a Diretoria Regional de Correios e Telégrafos.
O prédio teve sua pedra fundamental lançada a 15 de agosto de 1913. Existe uma polêmica entre os estudiosos em relação a autoria do projeto. Enquanto Carlos Wehrs defende que Antônio Vannini foi o autor do projeto, Divaldo de Aguiar Lopes diz que o prédio foi projetado por Manoel Meira de Vasconcelos, que também serviu como engenheiro-fiscal das respectivas obras de construção, executadas pelos empreiteiros Leopoldo Cunha e Cia.
O imponente prédio teve sua inauguração marcada para o dia 14 de novembro de 1914, não por acaso, era a véspera das comemorações republicanas. Este espírito patriótico estava marcado na sua arquitetura eclética, assim como a maioria das outras edificações construídas naquele período.
Edificado em três pavimentos com composição em rigorosa simetria, possui dois torreões que ostentam cúpulas metálicas em forma de barrete e corpo central com avarandados. As janelas de cada pavimento receberam tratamentos variados de ornamentação – algumas delas possuem sacadas com gradil de ferro fundido; outras são de parapeito de alvenaria. A entrada principal se faz por três portas de ferro. Sobre o pórtico de entrada surge um local previsto para a instalação de um relógio, o qual jamais foi utilizado. Arrematando o telhado, a platibanda apresenta elementos decorativos que se correspondem às ornamentações verticais da fachada. Seu interior foi modificado na maioria de seus compartimentos.
Tendo em vista o seu valor arquitetônico, urbanístico e histórico para a cidade, o prédio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – INEPAC – processo E-18/0001.175/90, em 27/08/90 e, posteriormente, pela Prefeitura Municipal, Decreto n° 6709, de 22 de setembro de 1993.