Uma pena a partida precoce do Arthur Maia, referência da música brasileira e um dos maiores baixistas do nosso país. Carioca de nascimento, ainda jovem ele escolheu Niterói para viver, onde desenvolveu sua excepcional carreira, foi secretário municipal de Cultura e morreu no último sábado, dia 15, aos 56 anos. Mas o Arthurzinho será sempre lembrado como um dos músicos que contribuíram de forma especial para projetar Niterói como celeiro de produção artística para o mundo.
O baixo de Arthur Maia era mesmo incrível, tinha vida própria, em um casamento perfeito e revolucionário. Por seus dedos, o instrumento usado apenas para acompanhamento ganhou destaque em belíssimos solos, transformando o Arthurzinho em um verdadeiro gigante. Além de exímio baixista, ele foi arranjador e produtor musical, integrou bandas famosas como a Egotrip, fundou o grupo instrumental de jazz Cama de Gato e tocou com feras como Caetano, Lulu Santos, Djavan, Milton, Marisa Monte, George Benson e o parceiro e amigo Gilberto Gil, entre tantas outras estrelas da música.
O Arthur Maia deixa saudade, mas continuará vivo nos ouvidos, mentes e corações dos fãs conquistados pelo mundo afora, com seu trabalho diferenciado e eternizado em sucessos ainda de Gal Costa, Seu Jorge e tantos outros. Ele sai de cena do palco que conheceu aos 18 anos, com Ivan Lins, e entra para a história da música brasileira como o baixista capaz de ir do jazz ao funk, passando pelo samba, swing e reggae sem nunca perder o ritmo, numa habilidade que lhe rendeu participações em shows de diversos países e prêmios.
Siga em paz nesse ritmo acertado, único e simplesmente perfeito do seu baixo, na certeza de que muito honrou e contribuiu para fortalecer e divulgar a imagem da nossa cidade.
