Esta semana a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Urbana. E os fortes de Niterói estão diretamente ligados a essa conquista. O anúncio aconteceu no domingo (1), durante a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, em Petersburgo, na Rússia.
Fico feliz pela escolha do Rio, ainda mais pelo envolvimento de Niterói nesta vitória. Nossa cidade ganha com o turismo local e a criação de uma série de mecanismos de preservação dessas edificações. Niterói possui o maior complexo de Fortes da América Latina e uma rica história arquitetônica.
A Fortaleza de Santa Cruz, por exemplo, com mais de 450 anos de história, é um dos atrativos mais visitados de Niterói. Foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e tombado em 1938.
Conhecida como a “pirâmide do Egito brasileira debruçada sobre o mar”, está localizada ao lado do canal de entrada da Baía de Guanabara, onde passam as embarcações que chegam ao porto do Rio de Janeiro. A vista do alto é muito bonita. Uma visão privilegiada de Niterói, do Rio de Janeiro e da Baía.
Igualmente importante, o Forte Barão do Rio Branco foi construído nos idos de 1567 e teve eficaz participação contra as incursões dos piratas franceses no século XVIII. Ali havia um observatório, que posteriormente foi armado e transformado em Bateria com a construção das primeiras bocas de fogo. A pequena estrada de acesso para o forte é cercada de árvores e praias, e guarda uma parte da Mata Atlântica preservada além de animais nativos, como preguiças, saguis e corujas.
O Forte São Luiz (1769) e o Forte do Pico (1918) formam um conjunto ainda desconhecido por muitos niteroienses que costumam contemplá-los em passeios pela orla da Zona Sul da cidade. A muralha do Forte do Pico, localizada no alto de uma montanha, tem uma iluminação especial.
As históricas construções preservam guaritas e muros de pedra, alguns assentados a mão, já cobertos de vegetação, imponentes portões de acesso, corredores, galerias e túneis carregados de mistérios, além de uma das mais belas vistas do país. Essas fortificações lembram em muito as ruínas de Machu Picchu, cidade perdida dos Incas, no Peru.
A Unesco adotou o conceito de Paisagem Cultural em 1992. Até então, somente jardins históricos e locais de representação simbólica, religiosa e afetiva recebiam o título de Patrimônio da Humanidade. Com esse título, o Brasil passa a contar com 19 bens na Lista de Patrimônio Mundial da Humanidade, que inclui o Pão de Açúcar, o Corcovado, a Floresta da Tijuca, o Aterro do Flamengo, além do Jardim Botânico e da Praia de Copacabana.