Em fevereiro do ano passado, especialistas, urbanistas e apaixonados por ciclismo se reuniram para discutir sobre o uso da bicicleta como meio de transporte nas cidades, no 1º Fórum Mundial da Bicicleta.
Também em 2012, tivemos o 2º Seminário Sobre Mobilidade Urbana Sustentável, onde discutimos questões de prioridade no planejamento urbano. Nesse encontro, foi assinado um convênio entre a Nittrans e o Instituto de Política de Transporte e Desenvolvimento (ITDP).
De um modo geral, a ideia dos dois encontros era de cobrar mais participação das bicicletas no sistema de transporte, exigindo das administrações municipais a infraestrutura cicloviária necessária, incluindo sinalização adequada e a intermodalidade, que é a ligação com outros tipos de transporte.
Foi essa mesma discussão que iniciei enquanto fui vereador de Niterói e que busquei garantir quando elaborei o Estatuto da Bicicleta, que vigora atualmente na cidade. Pensava em garantir o trânsito das bikes numa sociedade cuja cultura de progresso é ter carro. A bicicleta é também um veículo e seu uso está garantido e regulamentado pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Há, porém, quem fale sobre a ineficiência da bicicleta como veículo. As pessoas temem que as ciclovias tomem o espaço dos carros. Mas essa mesma desconfiança aconteceu em Paris, Londres, Amsterdã e outras cidades do mundo. Os resultados, no entanto, foram ótimos e hoje essas cidades exportam soluções cicloviárias.
Um exemplo curioso é o que ocorre na Bélgica, onde os moradores são pagos para usarem a bicicleta como meio de transporte. As empresas belgas, que recebem isenção fiscal do governo, pagam 0,21 centavos de euro por quilômetro para que seus funcionários deixem seus carros na garagem.
A ideia deu certo e cerca de 2 milhões de pessoas já usam a bike para trabalhar. Além disso, o país tem uma economia de até 5 bilhões de euros. Sem contar os benefícios à saúde da população.
Mas, ainda que essa estratégia tenha dado certo, eu prefiro acreditar na mudança através da conscientização. Pedalar é um hábito que está conquistando cada vez mais adeptos por ser uma prática saudável e sustentável. Além de ser um modo de vida mais prático. Eu sempre acreditei numa Niterói ciclável.