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O problema dos fios abandonados nos postes das cidades: impactos estéticos, de segurança e funcionais

A existência de fios abandonados nos postes das cidades é um problema frequente que impacta tanto a aparência das áreas urbanas quanto a segurança e o funcionamento das redes elétricas.

Um dos problemas causados por esses fios é a poluição visual. A presença de fios soltos e entrelaçados nos postes transmite uma sensação de desordem e negligência, prejudicando a beleza das cidades e afetando a qualidade de vida dos moradores. A poluição visual também impacta negativamente no turismo e na economia local.

Outro aspecto importante é a questão da segurança. Fios abandonados representam um risco para a população, especialmente quando estão energizados. Crianças e animais de estimação podem se aproximar e sofrer graves acidentes. Os fios soltos podem cair, causando incêndios ou interrupções no fornecimento de energia, afetando residências, comércios e serviços essenciais.

Além dos problemas estéticos e de segurança, os fios abandonados também podem afetar a funcionalidade das redes elétricas. Um emaranhado de cabos e fios dificulta a manutenção e o reparo das instalações elétricas. Em caso de falhas ou problemas técnicos, a identificação e a correção do defeito se tornam mais complexas, prolongando o tempo de interrupção do serviço e aumentando os custos de manutenção.

Vale lembrar que, 99% dos fios são oriundos das empresas de telefonia e não de energia elétrica. Em sua maioria, são cabos antigos da telefonia fixa, que com o avanço da telefonia móvel e digital, caiu em desuso. O correto seria as empresas de telefonia instalarem um novo cabo do tipo fibra ótica em substituição ao cabo de par metálico (já em desuso), porém, as empresas para economizarem recursos acabam abandonando os mesmos na rede.

As empresas de telefonia, por sua vez, pagam um aluguel por poste, para as empresas de energia elétrica. Portanto, as empresas de energia elétrica são as responsáveis por gerir o uso do poste, bem como estabelecer os procedimentos operacionais de acesso à rede. Além disso, a utilização de tecnologias mais avançadas, como a instalação de cabos subterrâneos, pode diminuir a exposição dos fios e melhorar a estética urbana.

Tanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) possuem resoluções normativas conjuntas que norteiam essa relação entre as telefônicas e as distribuidoras de energia, porém há um descompasso regulatório que ainda precisa ser resolvido. Recentemente, a diretoria da ANEEL adiou a deliberação do órgão sobre o novo regulamento de compartilhamento de postes entre os setores de energia elétrica e telecomunicações. (Detalhes aqui)

Não podemos esquecer que as prefeituras também têm sua parcela de responsabilidade, pois cabe a elas legislar sobre o código de postura do município e este tema deve estar amparado pela legislação municipal. 

Por fim, acredito que para solucionar o problema dos fios abandonados nos postes das cidades, é necessário um esforço conjunto entre as empresas de energia elétrica, as de telefonia e as autoridades municipais.

Felipe Peixoto

Durante seus mandatos, Felipe aprovou mais de 100 leis e presidiu importantes Comissões, como a do Foro e Laudêmio e a da Linha 3 do Metrô. Como Secretário de Estado, Felipe foi responsável por inúmeras realizações e projetos que beneficiaram todas as regiões do RJ. 

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