Julho começou com o pé direito. No primeira dia do mês, demos um grande salto na mobilidade urbana do estado com a inauguração do Arco Metropolitano, uma obra aguardada há 40 anos, mas que só em 2008, depois de ser incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (o PAC 2), começou a ser construído. Seu nome oficial é Rodovia BR-493/RJ-109.
São pouco mais de 70 quilômetros prontos, inaugurados, que vão influenciar diretamente a produtividade das indústrias do estado, com reflexos nos fronteiras vizinhas e até na economia do país. Serão via de escoamento do tráfego pesado da região metropolitana, desafogando a Avenida Brasil, Rodovia Presidente Dutra e a Rodovia Washington Luís (a BR-040).
Com o Arco, serão mais de 35 mil veículos, sendo 10 mil caminhões de carga, que deixarão de circular por essas vias, por dia. O trecho inaugurado hoje liga Itaguaí, na Região Metropolitana, a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que faz conexão com a Rio-Petrópolis (BR-116) até Magé, e de lá, a BR-493 até Manilha, em trecho que está sendo duplicado. Ao todo são 145 quilômetros de estrada.
Produtor e consumidor também ganham com o Arco Metropolitano. O frete fica mais barato. A estimativa é que a obra reduza em até 20% os custos de transporte de mercadorias entre o Porto de Itaguaí e os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e o Distrito Federal. O impacto do PIB do Estado será de R$ 1,8 bilhão. E mais de 10 mil empregos diretos gerados.
Durante as obras foram realizadas três mil desapropriações. Sítios arqueológicos também foram descobertos com as escavações, 68 pra ser mais exato. E foi preciso, ainda, construir oito viadutos sobre dutos da Petrobras e dois outros sobre um lago em Seropédica, para não pôr em risco o habitat da rã Physalaemus soarei, espécie rara, ameaçada de extinção.
Foram retiradas e catalogadas pelo Instituto de Arqueologia Brasileira mais de 50 mil peças inteiras e fragmentadas no decorrer do trajeto e nas cercanias da rodovia, entre carimbos africanos, louças europeias dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, sambaquis, louças chinesas e até urnas funerárias na cultura tupi-guarani. Peças com mais de até dois mil anos de existência.
Ainda é preciso a construção de 25,5 quilômetros de rodovia sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que devem ficar prontos em 2016. O Arco Metropolitano é o maior desafio rodoviário do estado. Numa ponta tem o Comperj, na outra, o Porto de Itaguaí, que deve se tornar o segundo maior porto do Brasil.