Que tal uma armação de bicicleta produzida a partir de plástico de garrafas PET, embalagens de shampoo e peças de geladeira? Com algum investimento e imaginação, a primeira bike reciclável do mundo é invenção do artista plástico uruguaio Juan Muzzi, radicado no Brasil, que passou 12 anos estudando a fabricação do modelo. O resultado é um produto mais resistente, flexível, barato e sustentável para o meio ambiente.
Para realização do projeto, Muzzi conta com apoio de algumas ONGs que recolhem a sucata e vendem para uma empresa que granula o papel. Esses grãos são vendidos para a empresa de moldes que ele administra. No processo de produção, o plástico granulado entra em uma máquina e é injetado no molde de aço. Cada quadro demora cerca de três minutos para ser fabricado e, se for só de PET, 200 garrafas são usadas. Há um ano e meio o molde final ficou pronto. Em novembro serão distribuídos os primeiros exemplares.
O uso da bike sempre esteve aliado a um modo de vida mais prático, saudável e sustentável. Muito se fala sobre a ineficiência da bicicleta como veículo. E há quem desqualifique a proposta do transporte sustentável. Mas eu acredito em uma alternativa sustentável para o trânsito onde a bicicleta tenha seu lugar respeitado, juntamente com os veículos de transporte em massa.
Países como Estados Unidos, Alemanha, México e Paraguai aderiram a ideia da bike e já demonstram interesse em encomendar o modelo. No Brasil, 2.500 encomendas já foram confirmadas. Em 2013, Juan pretende lançar a versão infantil e também cadeira de rodas, que será doada para quem levar o material.
Um projeto semelhante é o do israelense Dror Peleg. Ele usa a tecnologia de moldagem por injeção plástica. A produção tem baixíssimo custo, mas ainda não está à venda. A FRII, como deverá ser chamada, está sendo projetada para uso urbano diário.