Ontem, o jornal O Globo publicou uma reportagem questionando o atraso da obra de duplicação da Avenida do Contorno em Niterói. Como consequência, a Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro resolveu apurar os motivos do adiamento do início das obras. Alegou que o “retardo fere gravemente o princípio constitucional da eficiência”.
Tanto o jornal, como o DPU, estão fazendo a parte delas. Afinal, toda população de Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí está cansada com os constantes engarrafamentos no local e as obras são mais que urgentes. São para ontem. A via está com o fluxo saturado faz anos. Eu mesmo que preciso cruzar a Ponte Rio-Niterói todo o dia para ir ao Rio de Janeiro, com frequência no horário de rush, sei exatamente a dor de cabeça que é transitar por ali.
Há algumas semanas, fui até o centro de operações da concessionária Autopista Fluminense, que gerencia o trecho da BR 101 de Niterói até Campos, para conhecer os projetos da empresa para a estrada. Aproveitei e perguntei sobre o atraso nas obras. Ouvi a mesma coisa que está na reportagem. Sai de lá e fui conversar com o vice-governador Pezão para entender o impasse.
Diferente do que está na matéria, não é que os estaleiros não queiram perder o espaço onde estão instalados. Na verdade, eles não podem. Uma das exigências da Petrobras para a contratação de estaleiros é possuir uma área mínima para produção. E as empresas ali instaladas já possuem um espaço limitado. Reduzir a área desses estaleiros vai comprometer o cronograma de entrega das embarcações e obrigar algumas empresas a transferir suas unidades.
Isso seria um contrassenso a todo o investimento feito, na última década, no setor naval do Estado pelo governo estadual e federal e resultaria na perda de novos contratos e de milhares de empregos que beneficiam, em sua maioria, os moradores de Niterói e São Gonçalo.
Diante de tudo o que ouvi, insisti com o governador Sérgio Cabral que era necessário realizar um encontro com todos os envolvidos para resolver logo a questão. Essa reunião aconteceu há alguns dias e estiveram presentes representantes da ANTT, da concessionária e do governo estadual, os diretores dos estaleiros e o seu sindicato e Prefeitura de Niterói. A reunião terminou de forma positiva com a vontade de todos em colaborar com a nova marcação da via.
E, mesmo não sendo a Prefeitura de Niterói a responsável pelo atraso das obras, ela está comprometida em solucionar esse problema o mais rápido possível.