O que está acontecendo no Japão é chocante. Uma sucessão de desastres ambientais que ninguém imaginava que fosse acontecer num país tão avançado tecnologicamente. A cada dia as notícias pioram e, depois do Tsunami – que sozinha já provocou uma destruição terrível, segue o risco de contaminação radiotativa.
O clima de pânico dos japoneses é compreensível. Eles têm em sua história duas experiências desagradáveis com a energia nuclear: as bombas de Hiroshima e Nagasaki. Os japoneses conhecem as consequências de uma contaminação radioativa e as dificuldades para superá-la. E o maior obstáculo, neste caso, é o tempo. A desintegração desse material leva anos, dependendo da contaminação, pode levar centena de anos. Quer um exemplo: ao redor da usina Chernobyl não há vida. Nem uma planta. E o reator continua a emitir radiação. Isso depois de 25 anos. Por conta disso, a cidade está abandonada.
Há quem considere a catástrofe iminente. A Comissão Europeia de Energia afirma que “está tudo fora de controle”. Afinal, já são quatro reatores com problema, um ao lado do outro. Imagina ter que isolar uma área inteira por contaminação. Um país que já sofre com super população e problemas econômicos perder uma cidade e mais quatro fontes de energia!
É lamentável tudo isto estar acontecendo no Japão. Isto porque os japoneses são muito atentos à conservação do meio ambiente. Culturalmente, eles têm uma preocupação com o próximo e com o legado para as futuras gerações. Isso faz do Japão um dos líderes mundiais no desenvolvimento de novas tecnologias amigas do ambiente. O país possui as práticas mais avançadas no controle da poluição do ar, da água, dos resíduos sólidos e dos produtos químicos. Não por acaso, eles sediaram o debate sobre mudanças climáticas que deu origem ao Protocolo de Kyoto. Até o Brasil eles tentaram ajudar emprestando dinheiro para a recuperação da Baía de Guanabara na década de 90! E já fizeram isso em vários países.
Diante dessa situação, só podemos torcer para que o problema não piore e seja contido.