Na quinta-feira (21), completaram oito anos da morte de um dos mais destacados líderes nacionalistas do país. Ex-presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, viveu pela política brasileira e deixou um legado de grandes realizações. Morreu aos 82 anos no dia 21 de junho de 2004, de infarto decorrente de complicações infecciosas, no Rio de Janeiro.
Nascido em Carazinho, no Sul do país, e filho de camponeses pobres, Brizola estudou em Passo Fundo e em Viamão, antes de ingressar no curso de engenharia civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde se formou em 1949. Lançado à vida pública por Getúlio Vargas, sofreu uma grande derrota política, ao perder a disputa pela Prefeitura de Porto Alegre, em 1951.
Mesmo assim, continuou trabalhando nos bastidores e voltou à Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, em 1954. Como parlamentar, fez discursos veementes defendendo a implantação da reforma agrária e a distribuição de renda no Brasil.
Com a popularidade crescendo muito, Brizola não teve nenhuma dificuldade nas eleições de 1958, quando se elegeu governador do Rio Grande do Sul, com mais de 55% dos votos válidos. Erradicou 50% do analfabetismo entre os gaúchos e deixou mais de três mil escolas gratuitas naquele estado para que todas as crianças tivessem acesso à educação. Em 1962, pela primeira vez, foi eleito deputado federal pelo antigo Estado da Guanabara, com uma votação recorde de 269 mil votos.
Com a deposição do presidente João Goulart pelos militares, em 1964, Leonel Brizola foi obrigado a se exilar no Uruguai. Voltou ao Brasil somente em 1979, com a Lei da Anistia.
Brizola fundou o PDT em 1980, partido pelo qual foi eleito governador do Rio de Janeiro por duas vezes. Implantou o programa de educação integral, construindo 500 CIEPs. Sempre lutou sob a inspiração do nacionalismo e do trabalhismo, pelo desenvolvimento do país, por mais dignidade para o povo brasileiro, pelos direitos e conquistas do trabalho e da educação. Também por duas vezes concorreu à Presidência da República. Ao longo dos quase 60 anos de vida pública, deixou um legado de grandes ações que o fizeram estar, hoje, entre os grandes heróis de nossa nação. Ao lado de Neiva Moreira, lutou para propagar a ideologia trabalhista pelo Brasil e também pela América Latina.
Em fevereiro deste ano, foi homenageado com o lançamento do livro ‘Leonel Brizola – A Legalidade e Outros Pensamentos Conclusivos’, dos jornalistas Oswaldo Maneschy, Apio Gomes, Paulo Becker e Madalena Sapucaia, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, e depois relançado na Câmara de Vereadores de Niterói. Estive presente nesse primeiro momento e pude sentir a emoção de relembrar uma parte da trajetória do político idealizador, que foi Leonel de Moura Brizola.
Por tudo isso, Brizola vive.