Andar de bicicleta para mim é algo além da diversão, é um veículo e um modo de vida mais prático, saudável e sustentável. Durante muito tempo, usei a bicicleta como meio de transporte. É uma boa alternativa para o trânsito e ideal para quem percorre curtas distâncias nos centros urbanos.
Quando elaborei o Estatuto da Bicicleta para Niterói, em 2011, pensava em como garantir o trânsito das bicicletas em uma sociedade cuja cultura de progresso é ter carro. O planejamento de trânsito, no Brasil, é estruturado apenas para automóveis. Mas a bicicleta também é um veículo e seu uso está garantido e regulamentado pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Para ilustrar, cito um exemplo bastante curioso adotado na Bélgica. No país, os cidadãos são pagos para usarem a bicicleta como meio de transporte. As empresas belgas pagam 0,21 centavos de euro por quilômetro aos seus funcionários para eles deixarem o carro na garagem. Essas empresas recebem isenção fiscal do governo.
A idéia deu certo e logo foi copiada pelo governo da França. Cerca de 2 milhões de pessoas já usam a bicicleta para trabalhar. Com o plano, o país poderá economizar até 5,6 bilhões de euros. Sem contar os benefícios à saúde da população.
Ainda que a idéia tenha obtido bons resultados, eu prefiro acreditar na mudança através da conscientização. Se levarmos em conta que o CTB já possui normas de conduta para o tráfego compartilhado de veículos motorizados e bicicletas, devemos persistir nas ações educativas, assim como na fiscalização. Mudar os hábitos dos motoristas e dos próprios ciclistas é, sem dúvida, o maior desafio. Mas eu acredito em uma Niterói ciclável.