Saiu hoje no jornal O Globo uma reportagem explicando alguma de nossas ações na Ceasa-RJ. Reproduzo a matéria na íntegra aqui no blog e o link do original. Desde que assumi a administração do Ceasa, venho tentando corrigir algumas práticas de gestão com o objetivo de saldar as dívidas e dar liquidez às contas para que, em breve, possa retomar sua meta: a de estimular a agricultura familiar em nosso Estado.
Um ano após inauguração de novo batalhão, Ceasa acaba com desconto tiroteio nos aluguéis
Ruben Berta
RIO – Um ano após a inauguração de um novo batalhão da Polícia Militar – o 41 BPM (Irajá) – no terreno da Centrais de Abastecimento do Estado do Rio (Ceasa), o presidente da empresa, Leonardo Brandão, publicou uma portaria no Diário Oficial desta quinta-feira acabando com um benefício polêmico: o “desconto tiroteio”. De acordo com Brandão, uma outra portaria, publicada em 2006, havia criado o abatimento de 50% no aluguel dos boxes para cerca de cem locatários que têm seus estabelecimentos próximos à Favela Para Pedro e sofriam com constantes casos de violência.
– O “desconto tiroteio” não foi algo que eu criei. Estava escrito dessa forma na portaria de 2006. Como agora estamos tendo uma parceria impressionante com o novo batalhão, não faz mais sentido mantermos o benefício – justificou o presidente da Ceasa.
O texto que embasa o fim do abatimento fala ainda numa “ora inexistente faixa de Gaza” a que se referia a portaria de 2006 que implementou o desconto. Brandão, que assumiu o cargo há cerca de seis meses, disse que está sendo implementada uma série de ações para melhorar a segurança:
– Quando chegamos, a situação era terrível. Havia cracolândia e prostituição infantil, entre outros problemas. Até um caso de leilão de virgens constatamos. Com menos de uma semana, procurei o comando do batalhão e o setor de inteligência levantou todos os pontos de tráfico e prostituição. Já fizemos seis operações conjuntas com outros órgãos e retiramos de circulação cem armas guardadas na Ceasa, que foram doadas para campanha de desarmamento.
Ainda segundo Brandão, o fim do desconto faz parte de uma série de ações para regularizar as finanças da Ceasa. Ele destacou que quase 60% dos 638 locatários de boxes estavam inadimplentes no início de sua gestão. Agora, são apenas quatro.
O presidente da Ceasa acrescentou que há outras ações em curso para melhorar a segurança, como melhoria na iluminação e poda das árvores, além da implementação de um sistema de câmeras, que está em fase de planejamento.
Os casos de violência dentro e no entorno do entreposto eram constantes antes da inauguração do batalhão. Em setembro de 2008, o funcionário da Ceasa Antônio Carlos José da Silva levou dois tiros na perna durante um tiroteio entre PMs e traficantes da Favela Para Pedro. Em 2005, quatro jovens foram encontrados mortos dentro do centro comercial. A suspeita na época era de que eles praticavam roubos na região.
Originalmente, a Ceasa era federal, mas desde 1988 o estado assumiu a sua administração. Desde 1977, a empresa tem sido sempre deficitária. Sua área original, no Irajá, era de 2,5 milhões de metros quadrados, mas, com o passar dos anos, diminuiu para cerca de 1,4 milhão, perdendo espaço principalmente para a expansão da Favela Para Pedro.
– Hoje, a Ceasa ainda é dependente do Tesouro Estadual para se manter. Mas, ao menos, conseguimos arcar com o nosso custeio com o que arrecadamos. O grande problema é que temos dívidas acumuladas que parcelamos.
Uma outra medida adotada por Brandão para tentar sanar as contas da Ceasa foi um pente fino que está sendo realizado em carências de pagamento de aluguel concedidas em gestões anteriores. Segundo ele, há casos em que o locatário se comprometeu a fazer uma série de benefícios e, na prática, pouco fez. Pelo terreno do Irajá, circulam cerca de 60 mil pessoas por dia, com 2.200 empregados diretos. A Ceasa ainda possui um entreposto em São Gonçalo, além de quatro mercados produtores no interior.
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