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Eu acredito numa Niterói ciclável

Estou recebendo muitas mensagens de moradores de Niterói, sugerindo que Estatuto da Bicicleta “ainda não pegou” no município. Como autor da lei e grande interessado no seu sucesso, tenho outro ponto de vista sobre este tema.

Em princípio, entendo como algo positivo a preocupação das pessoas, porque demonstra a  expectativa de que a lei dê certo. E ter o apoio da população aumenta as chances de consolidar a proposta.

Mas discordo quando alegam serem escassos os investimentos em infraestrutura para o transporte não motorizado. Desde a promulgação do Estatuto da Bicicleta, em maio, até hoje, muito já foi feito. Procuro sempre acompanhar o andamento das intervenções e posso afirmar que nesse ano foi investido em infraestrutura para bicicleta mais do que em toda a história da cidade.

Entretanto, isso não quer dizer que atingimos o ideal. Pelo contrário, há muito por fazer. Principalmente no campo da educação de ciclistas e motoristas. Nosso grande desafio está em mudar a cultura dos nossos condutores. Se levarmos em conta que o Código de Trânsito Brasileiro já possui normas de conduta para o tráfego compartilhado de veículos motorizados e bicicletas, devemos persistir nas ações educativas, assim como na fiscalização.

O Estatuto da Bicicleta foi idealizado com o objetivo de garantir o trânsito das bicicletas em uma cidade cada vez mais dominada por carros. Hoje, cada planejamento de vias no município deve considerar a possiblidade de uma ciclovia. Isso é um avanço. Estamos criando essa cultura em Niterói. Mas entendemos que toda mudança cultural pode levar anos. Não é algo que ocorre da noite para o dia.

E uso o exemplo da Holanda para ilustrar. O país que abraçou a bicicleta como veículo de transporte (e é nossa fonte de inspiração) levou 20 anos para se adaptar completamente a nova modalidade. Isso eu ouvi do cônsul da Holanda, Paul Comenencia, na apresentação do Plano Diretor de Transportes Não Motorizados na sede da Secretaria de Estado de Transportes em outubro. Espero que, ao menos em Niterói, esta adaptação ocorra em menos tempo.

Nessa apresentação, inclusive, Niterói foi a única cidade a receber elogios dos projetistas pela participação ativa na elaboração do plano. A construção da ciclovia entre Barreto e Gragoatá prevê a ligação entre Niterói e o Rio e fará a intercessão com as outras ciclovias previstas no Plano Lerner.

Eu acredito numa Niterói ciclável. Vamos chegar lá!

Felipe Peixoto

Durante seus mandatos, Felipe aprovou mais de 100 leis e presidiu importantes Comissões, como a do Foro e Laudêmio e a da Linha 3 do Metrô. Como Secretário de Estado, Felipe foi responsável por inúmeras realizações e projetos que beneficiaram todas as regiões do RJ. 

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