Foi divulgado nesta terça-feira, em São Paulo, o Mapa da Violência 2012. O estudo apresenta a média de homicídio em todo país entre os anos 1980 e 2010. No período, foram mortas cerca de 1,1 milhões de pessoas. Cinquenta mil só em 2010.
A taxa de homicídio no Brasil cresceu expressivamente até os anos 2000, mas estagnou nos anos seguintes. Em 1980, foram registrados 11,7 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Já de 2000 a 2010, este número manteve-se em 26 vítimas por 100 mil.
O documento traz ainda um novo dado: a violência está migrando para o interior. Principalmente nas regiões metropolitanas dos estados do Paraná, Espírito Santo, Bahia, Paraíba, Maranhão e Pará. O resultado mais alarmante, entretanto, encontra-se em Alagoas com 66 homicídios por 100 mil habitantes, número que coloca o estado no primeiro lugar do ranking.
Observando o cenário, é possível dizer que o movimento da violência acompanha o novo processo de desenvolvimento do país, com a transferência de investimentos públicos e privados para outras regiões do Brasil. Contudo, quando os estados não estão preparados para a nova realidade e permitem que sejam criados os abismos sociais, o resultado natural é o aumento dos conflitos.
No sentido inverso, caminham São Paulo e Rio de Janeiro com reduções significativas de suas taxas nos últimos dez anos. Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, a queda mais acentuada aconteceu a partir da instalação das Unidades de Polícia Pacificadora a cerca de três anos. Isso lhe conferiu sair do 2º para o 17º lugar na classificação. Diferentemente dos demais estados que ainda buscam soluções focadas no sistema prisional, o Estado do Rio de Janeiro vem demonstrando ao país que o combate à violência se faz com a devolução da cidadania e inclusão social.
É claro que os investimentos em investigação policial e no sistema prisional são importantes e necessários. É fundamental agir contra a impunidade. Mas é preciso mais do que isso. É preciso que o poder público se faça presente, dar espaço e voz à população e oferecer condições para que tenham uma vida digna. Esse é modelo instituído pelo governador Sérgio Cabral com as UPPs aqui no Rio que vem dando certo e está atraindo interesses de vários outros estados brasileiros.
Fundamental, agora, é, com base no levantamento, propor soluções urgentes em segurança pública para reverter o quadro da violência no Brasil. De preferência, com uma coalisão de forças dos governos estadual e federal para determinar as políticas mais adequadas para este fim.
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