Na quinta-feira (10), o PDT perdeu um de seus fundadores e grande nome do cenário político do país. Neiva Moreira, maranhense de Nova Iorque, estava internado desde o dia 31 de março em razão de complicações respiratórias. Tinha 94 anos.
Moreira era jornalista e esquerdista ferrenho. Defendeu a criação da Petrobras e da Eletrobras, em 1950, quando era deputado estadual pelo Maranhão. Nessa época, condenou a intervenção do capital estrangeiro na economia nacional e a remessa de lucros para o exterior. Apoiou a Revolução Cubana e defendeu a reaproximação com a União Soviética.
Foi eleito deputado federal em 1955, 1958 e 1962. Exerceu decisivo papel na transferência da capital para Brasília, ajudando na instalação da Câmara dos Deputados. O feito é relatado em um dos vários livros que escreveu chamado “Rio de Janeiro: Terceiro Mundo” de 1988.
Em 1964, foi cassado pela Ditadura Militar e buscou o exílio. Por todo o período de afastamento, nunca deixou a carreira jornalística. Por onde passou, trabalhou em jornais e revistas.
Ao retornar ao Brasil aliou-se a Leonel Brizola e juntos lutaram para propagar a ideologia trabalhista pelo Brasil e também pela América Latina. Ajudou a fundar o PDT, e chegou a ser presidente nacional. Na redemocracia, Moreira foi novamente eleito deputado federal de 1993 a 2007, período em que foi líder do partido na Câmara duas vezes. Em 1993, participou do Congresso Revisor, quando o Brasil reviu sua Constituição.
Homem íntegro, consciente de seu papel na sociedade, Moreira é um exemplo de político a ser seguido. Agora, descansa junto dos amigos Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e Jackson Lago.
Apesar de, nós pedetistas, nos sentimos um pouco órfãos, não podemos deixar de dar continuidade ao legado deixado por tão brilhantes líderes. Devemos manter os ideais vivos!