A matéria publicada pelo jornal O Globo, ontem, evidencia o total descaso com a BR-493, rodovia que liga Manilha, em Itaboraí, a Santa Guilhermina, em Magé, por onde são transportados 70% dos alimentos que abastecem o Rio.
Essa estrada federal é o principal acesso da Região Metropolitana e do Sul do estado ao Norte Fluminense, além de grande parte do Nordeste do país. Por lá, circulam diariamente 18 mil veículos, sendo 60% deles caminhões.
Em 2008, quando o Governo do Estado e a União firmaram parceria para construção do Arco Metropolitano, que seguirá o mesmo percurso formado pelas rodovias BR-493 e RJ-109, cabia ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) realizar a duplicação da estrada.
O Governo do Estado adquiriu recursos no valor de US$ 520 milhões, concedido pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina, para concluir as obras do Arco e realizar a pavimentação e recuperação de estradas no interior e na Baixa Fluminense. Na época, a construtora que fazia parte desse consórcio foi alvo de denúncias. E, depois de quatro anos sem nenhum quilômetro construído, o acordo foi desfeito.
Até o fim do mês, devem ser abertas as propostas da nova licitação, em regime diferente do anterior. Agora, a empresa que ganhar a licitação terá de fazer o projeto e executar a obra. O próprio Dnit reconhece que a estrada não comporta mais as 150 mil toneladas que circulam por dia na pista. Enquanto isso não acontece, a solução encontrada foi contratar uma empresa de conservação.
Em outubro do ano passado começaram as obras de recuperação do asfalto, que só devem terminar em 2014. O diretor regional do Dnit, Arnaldo Pinho, disse que 60% das obras estão concluídas, mas que as chuvas podem ter ocasionado mais buracos. Outro agravante apontado por Arnaldo é o crescimento cada vez maior de veículos, por causa da construção do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).
Pela sua importância, a BR-493 deveria ter toda a estrutura adequada. No entanto, o que vemos são 25 quilômetros de uma rodovia estreita, com grandes desníveis, nenhuma iluminação e sinalização precária. De acordo com a reportagem, são 665 buracos ao longo da via. Uma média de um a cada 38 metros. Eu mesmo já fui ao Dnit pedir providências sobre a obra. A necessidade é urgente!