Em recente publicação da revista Veja Rio, a Biblioteca Estadual de Niterói (BEN), foi citada entre os exemplos de instituições públicas que promovem a inclusão social através de ações de incentivo à leitura.
O conceito de biblioteca parque adotado aqui é baseado na experiência de Medellín, na Colômbia. Lá, desde 2006, o governo tem apostado em bibliotecas que não são apenas locais de leitura, mas espaços que juntam educação, recreação e cultura. Quando estive no país, ano passado, conheci projetos muitos interessantes e essa nova ideia de biblioteca está entre eles.
A ideia por aqui também deu certo e o reconhecimento no exterior já está acontecendo. Ano passado nossa biblioteca foi aceita na comunidade internacional de bibliotecas Beyond Access, em Washington, nos Estados Unidos.
Reinaugurada em 2011, a BEN passou a ser frequentada também por pessoas em situação de rua que encontraram ali uma forma de socialização. Com o propósito de realizarem cadastro na biblioteca, esses novos visitantes adquiriram documentos de identificação e comprovantes de albergue. Assim, resgataram sua autoestima e cidadania.
Desde 2004, quando foi liberada a verba para as obras de restauração do espaço, acompanho as decisões do governo estadual em relação à BEN que, além de seu papel educacional, é uma referência em arquitetura. O prédio compõe um dos mais belos conjuntos arquitetônicos da nossa cidade.
Hoje, o espaço reúne mais de 50 mil publicações atualizadas, sendo 157 para deficientes visuais. Circulam pela BEN uma média mensal de cinco mil visitantes, além da conquista de um público adicional. Esse cenário promissor me traz muita alegria. A inclusão social pode e deve ser feita com acesso ao conhecimento, esse é o papel principal da biblioteca. Estamos no caminho certo.