Quero aproveitar esse espaço do blog para repercutir um artigo muito interessante publicado no Estadão nessa última quarta, dia 29, sobre o aumento do cosumo de peixes no Brasil. Uma das razões seria a procura da população por alimentos mais saudáveis. E isso motiva políticas de governo que pretendem ampliar a produção do pescado em 600 mil toneladas por ano.
O consumo de pescado realmente está maior e a produção também. Isso se confirma com dados divulgados pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) que mostram a expansão recorrente da demanda, atualmente em 14, 5 quilos por brasileiro. Muito mais que em 2005, quando eram pouco mais de 4 quilos por brasileiro. O setor de pescado vive um bom momento. E tende a crescer em 2014.
Apesar da forte concorrência com a importação, que gerou uma balança comercial desfavorável de mais de R$ 1 bilhão em 2013, há espaço para a profissionalização e a expansão da aquicultura. E mesmo sendo algo tão antigo, a produção de pescado tem passado por diversas mudanças. Principalmente por conta de uma leva de licitações que o Governo Federal tem feito em represas de hidrelétricas.
Isso está tirando uma série de empresários da ilegalidade. Bom exemplo é o caso de um produtor de São Paulo, que há dez anos mantinha uma criação irregular de tilápia no reservatório de uma usina hidrelétrica na divisa com Mato Grosso do Sul. Com a nova linha de licitações, ele investiu R$ 3 milhões para a produção de pescados em quatro hectares do mesmo reservatório, só que do lado sul mato-grossense.
Isso comprometeu R$ 116 mil do seu orçamento, a serem pagos em 20 anos. Mas a expectativa é faturar R$ 5 milhões por ano, produzindo 100 toneladas de peixe. E com os outros dez hectares que aguardam a definição da licitação no lado paulista, espera incrementar essa produção para 1,8 mil toneladas ao ano. Há muito espaço pra crescer. Um crescimento e tanto.
Já no comércio, quem se dedicar à venda do produto para o cliente final vai ter que buscar inovações. É o que afirma o pesquisador do Instituto da Pesca (IP), João Scorvo Filho. Foi o que fez a empreendedora Letícia Simões, que há dois anos e meio teve a ideia de montar um estabelecimento tipo um empório, com pescados limpos e frescos, tanto importados quanto nacionais.
Não é todo mundo que tem tempo de comprar peixe fresco. E, mesmo fresco, se congelar em casa, perde a qualidade. Letícia investiu R$ 400 mil na empreitada, e faturou R$ 600 mil em 2013. E pensa em expandir por outras praças. O consumo do pescado é recomendado por médicos e nutricionistas. Incluir o pescado na refeição diária é uma ótima pedida. E sabendo investir no setor, pode dar muito certo.