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Os médicos estrangeiros merecem o nosso respeito

Não poderia deixar de me posicionar sobre o preconceito que os médicos estrangeiros, em especial os cubanos, estão sofrendo. Quando a presidenta optou por contratá-los foi para que pudessem atuar no sentido de ampliar o acesso da população brasileira à atenção básica da rede pública de saúde, dentro do programa Mais Médicos.

Esses profissionais vão atender em cidades onde não há médicos e que não foram escolhidas por nenhum médico brasileiro inscrito no programa. São 701 municípios. A maioria deles apresenta os piores índices de desenvolvimento humano (IDH) do país e estão no interior das regiões Norte e Nordeste, onde grande parte da sua população vive em situação de extrema pobreza.

Torço para que, aqui, esses médicos sejam tão reconhecidos por sua ajuda como foram no Haiti, por exemplo. Lá, sem esse apoio seria quase impossível socorrer as vítimas do terremoto e combater a epidemia de cólera. Foram 1.200 médicos que trataram de mais de 30 mil doentes, como parte da missão médica internacional do ex-presidente Fidel Castro, em 2010.

Niterói também é exemplo positivo dessa parceria. Na década de 90, foi com a ajuda dos médicos cubanos que conseguimos controlar as epidemias de dengue e meningite que assolaram a cidade. Em 1999, inauguramos uma unidade do programa Médico de Família, inspirado em um modelo cubano e que depois serviu de influência para a criação do programa Saúde da Família.

Não à toa, esses médicos cubanos que estão chegando ao Brasil são experientes. 84% deles têm mais de 16 anos de experiência na área e já atuaram em outras missões. Têm especialização em medicina da família e outros programas de pós-graduação. São profissionais que fazem parte de um acordo entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Farão um bom trabalho por aqui.

A nossa expectativa para que essa experiência renda bons frutos é também o que esperam os médicos estrangeiros dispostos a ajudar. O governo brasileiro oportunizou para que médicos brasileiros ocupassem essas vagas, mas não foi o que aconteceu. O estado da Saúde brasileira é preocupante e precisamos de médicos que façam sua parte para melhorar o sistema. Cuba forma médicos para o mundo que têm uma visão solidária e que exercem a medicina no verdadeiro sentido da formação. Que sejam bem vindos!

Felipe Peixoto

Durante seus mandatos, Felipe aprovou mais de 100 leis e presidiu importantes Comissões, como a do Foro e Laudêmio e a da Linha 3 do Metrô. Como Secretário de Estado, Felipe foi responsável por inúmeras realizações e projetos que beneficiaram todas as regiões do RJ. 

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