O brasileiro sabe da importância da leitura, mas continua considerando a atividade desinteressante. Esse é o resultado da pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Pró-Livro que aponta apenas metade da população como leitora. O estudo foi realizado entre junho e julho do ano passado, com cinco mil entrevistados em 315 municípios. A média de leitura por pessoa é de quatro livros por ano.
Pelo levantamento, essa parcela representa 88,2 milhões de pessoas. Entre os participantes, 64% concordam que a leitura “pode fazer uma pessoa vencer na vida e melhorar sua situação econômica”. 30% disseram que não gostam de ler, 37% gostam um pouco e apenas 25% gostam muito. Entre os não leitores, a principal justificativa é a “falta de tempo”, apontada por 53% dos entrevistados.
O estudo também demonstra que o hábito da leitura está relacionado com a frequência à escola. Escolas e bibliotecas, apontadas como um local desinteressante pelos entrevistados, precisam de ambientes modernizados e acervos atualizados. Bons exemplos são as reformas de algumas das bibliotecas da nossa rede pública de ensino e a modernização da Biblioteca Estadual de Niterói. Ambientes mais organizados e livros novos contribuem para o acesso à informação e o incentivo à leitura.
Não acredito no discurso de que o brasileiro não gosta de ler. A falta do hábito de leitura no país é cultural. O brasileiro associa a leitura à obrigação e não ao prazer. A questão é que não temos a leitura como valor social.
Nas últimas décadas houve um incremento grande de programas voltados para o estímulo da leitura, mas as iniciativas ainda não tiveram o efeito esperado. Há várias iniciativas de vários setores da sociedade, mas mesmo assim é pouco. Essas ações precisam ser mais articuladas.
Ler é essencial e sempre será a melhor forma de aprendizado.