O 1º Seminário de Mobilidade Urbana Sustentável de Niterói foi muito positivo. Ele levantou questões sobre a utilização das bicicletas como meio de transporte viável. Foram relatadas experiências, dificuldades e boas ideias. O evento foi importante porque não é comum a discussão do assunto na sociedade brasileira, menos ainda quando é provocado por um órgão do executivo.
Entre os participantes, foi consenso a opinião de que vivemos em uma cultura cujo sinônimo de progresso é ter carro. Todo planejamento de trânsito, no Brasil, é estruturado apenas para automóveis. E o único momento em que as secretarias de transportes falam sobre a bicicleta é para proibi-la.
Carro é sim uma comodidade e objeto de desejo de muitos, mas isso não é unanimidade. Para quem gosta de pedalar, bicicleta também é um veículo cujo uso está garantido e regulamentado pelo Código de Trânsito Brasileiro. O que falta é respeito e estrutura.
Quando elaborei o Estatuto da Bicicleta para Niterói, coloquei-me no lugar do ciclista que sou para defender esse direito. A cidade é pequena, fácil de transitar e com potencial turístico. Nada mais justo oferecer aos niteroienses mais uma alternativa de locomoção.
“Ah, mas essa não é a nossa cultura!” Então, é preciso mudar a cultura. E, para isso, é preciso um começo.
“No Rio é quente e chove muito!” E na Europa é frio e tem neve. Penso que cada ciclista sabe o melhor momento para sair com sua bike. O importante é garantir a estrutura. É isso que proponho com o projeto aprovado no último dia 14. Acredito que a cidade deve ser planejada para as pessoas e não para os automóveis, como acontece hoje em dia.
A bicicleta é um veículo de baixo custo de aquisição e manutenção. É utilizado em sua maioria por pessoas de baixa renda, estudantes e cidadãos com consciência ecológica. E pode ser uma ótima maneira de conhecer a cidade.