Esses dias estava pensando no caso do atropelamento de ciclistas em Porto Alegre. Foi algo surreal. Eu entendo que um passeio de dezenas de bicicletas numa sexta-feira a noite em pleno centro comercial não seja o que alguém espera encontrar depois de um dia de trabalho cansativo. Nessas horas, a grande maioria das pessoas não está interessada em saber de protestos ou ter seu caminho bloqueado. Mas isso não justifica a atitude do motorista no último dia 25 de fevereiro. De jeito nenhum!
A reação desse senhor foi irracional, desproporcional ao que se espera de uma pessoa de nível superior, executivo do Banco Central e pai. Aliás, deu um péssimo exemplo ao cometer o ato na frente do filho de 15 anos. Transformou o carro numa arma e atropelou 15 pessoas. Ainda bem que ninguém morreu.
Além disso, já era de conhecimento dos porto alegrenses que a manifestação do grupo Massa Crítica acontece sempre na última sexta-feira do mês e cruza sempre a mesma avenida. Se o motorista quisesse fugir do bloqueio, bastava entrar na transversal mais próxima.
Eu adoro andar de bicicleta e defendo a utilização dela como meio de transporte sustentável. Considero uma bela alternativa ao uso de carros que prejudicam o trânsito. Cansei de ir para o gabinete pedalando quando era vereador. Faço campanha política usando uma. Acredito que deveriam existir mais ciclovias nas grandes cidades para facilitar a vida de quem mora perto do trabalho. Para mim, o convívio pacífico entre automóveis e bicicletas continua sendo um ideal. E espero nunca mais assistir um confronto real entre eles.