Quero me alongar neste texto, pois o tema é pertinente.
Na hora de escolher uma escola, os pais ponderam questões práticas como localização e preço, mas procuram encontrar nos estabelecimentos indícios de que o ensino oferecido é de qualidade. A estrutura do colégio, o reconhecimento dele na cidade, a recomendação de amigos e, cada vez mais, os resultados de avaliações têm influenciado as decisões dos pais sobre onde matricular seus filhos.
Mesmo assim há aspectos importantes para a análise dos pais. Primeiro, nem sempre os colégios mais caros se destacam nas avaliações. Depois, mostram que as famílias devem ter clareza do que esperam do colégio questionando se os valores cobrados valem o serviço. O que provoca tantas diferenças de preços é localização, custo para manutenção da escola, salários dos professores e funcionários, tempo de aulas, atividades extracurriculares.
Entre regiões
O Rio de Janeiro aparece como um dos Estados que cobra mais caro pelo ensino na última série da educação básica. Das 16 escolas analisadas, apenas duas cobram menos de R$ 1 mil/mês: o Colégio Ipiranga, de Petrópolis, e o Marília Mattoso, de Niterói. Nos demais, as mensalidades estão acima de R$ 1,2 mil.
O Colégio de São Bento, terceiro colocado no ranking do Enem, tem a segunda mensalidade mais cara do Estado: R$ 1.917,64. A seguir aparecem o Israelita Brasileiro (R$ 1.740), o Teresiano (R$ 1.575), o Santo Inácio (R$ 1.508) e o Franco Brasileiro (R$ 1.452) como os mais caros.
Nos dez primeiros colocados, apenas dois cobram menos de R$ 1 mil: o Instituto Dom Barreto (R$ 640,), de Teresina, e o Bernoulli (R$ 988,), de Belo Horizonte, que funciona em tempo integral.
Escolas estrangeiras
As escolas internacionais, exemplo das americanas e britânicas, cobram um preço alto dos pais. A Escola Americana do Rio de Janeiro tem mensalidades que variam entre R$ 2,2 mil na pré-escola e R$ 5 mil no ensino médio. Além disso, paga-se uma cota única de US$ 6,5 mil, que vai para um fundo da escola. Na Britânica da capital carioca, a mensalidade custa R$ 3,5 mil. Em Brasília, a Americana é uma das mais caras: R$ 3.393 ao mês. Essas escolas nem aparecem nas listas do Enem.
Perfil familiar
Sabemos que as diferenças de preços entre escolas existem em todos os níveis de ensino das cidades. E o que determina essas variações é o tempo de aulas, a quantidade de atividades oferecidas pelo colégio, os equipamentos colocados à disposição dos alunos, a qualificação dos profissionais que atuam nos estabelecimentos. A localização da escola também influencia no orçamento da escola, assim como a segurança oferecida aos alunos.
Infelizmente, com o Enem se tornando obrigatório para conseguir vagas nas universidades públicas, muitas escolas vão preparar os alunos só para isso, transformando a instituição em mais um vestibular.
Os pais não devem escolher um colégio pela sua mensalidade. Devem, sim, priorizar escolas em que as propostas pedagógicas sejam repassadas de forma integrada e articulada. Analisar com cuidado essas propostas, além de visitar com seu filho (os) o ambiente do colégio, antes da matrícula. É preciso que as crianças sintam-se bem no local aonde irão permanecer um bom tempo do dia para estudar e aprender.
O Movimento Educacionista, proposta do Senador Cristovam Buarque, surgiu para mudar os rumos da educação. Em Niterói já existe um núcleo do educacionismo fundado por mim. Somente uma educação pública em tempo integral contribuirá para o desenvolvimento do Brasil.